O setor de serviços encerrou 2024 com um crescimento acumulado de 3,1%, marcando o quarto ano consecutivo de expansão — um feito inédito desde o início da série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2012. Entre 2021 e 2024, o segmento acumulou uma impressionante alta de 27,4%, consolidando-se como um dos principais motores da economia brasileira.
O desempenho do setor no último ano superou o crescimento registrado em 2023 (2,9%), reforçando sua resiliência mesmo diante de desafios macroeconômicos. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (12 de fevereiro) pelo IBGE.
Destaques do crescimento setorial
Quatro dos cinco segmentos analisados apresentaram crescimento positivo em 2024. Os maiores destaques foram:
- Serviços de informação e comunicação: +6,2%
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: +6,2%
- Serviços prestados às famílias: +4,4%
- Outros serviços: +1,1%
O único setor com retração foi o de transportes, que registrou queda de -0,7%. Segundo o gerente da PMS, Rodrigo Lobo, a baixa foi influenciada pela redução na receita do transporte rodoviário de cargas, impactada pela menor safra agrícola colhida em 2024.
Dezembro tem queda, mas setor mantém força
No último mês do ano, o volume de serviços recuou -0,5%, acumulando perda de 1,9% nos dois últimos meses do ano. O recuo se deu após o recorde de outubro, o que elevou a base de comparação.
Na análise por segmento, três das cinco atividades tiveram retração em dezembro:
- Outros serviços: -4,2% (impacto do mau desempenho dos serviços financeiros auxiliares)
- Serviços profissionais, administrativos e complementares: -0,7%
- Informação e comunicação: -0,7%
Por outro lado, houve crescimento em duas categorias:
- Serviços prestados às famílias: +0,8% (acumulando alta de 7,8% entre maio e dezembro de 2024)
- Transportes: +0,1% (após queda expressiva de -3,5% em novembro)
Mesmo com a leve queda mensal, o setor terminou 2024 em um nível 15,6% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), demonstrando sua recuperação sólida. No entanto, ainda se encontra 1,9% abaixo do pico da série histórica, registrado em outubro de 2024.
A continuidade do crescimento no setor de serviços dependerá de fatores econômicos e políticos, como a inflação, a política monetária do Banco Central e os investimentos em inovação e digitalização. Com os serviços consolidando-se como pilar do PIB brasileiro, especialistas apontam que a manutenção da trajetória positiva será essencial para sustentar o crescimento econômico do país nos próximos anos.