Pela primeira vez no Brasil, um medicamento de última geração — o Nirsevimabe — está sendo aplicado gratuitamente em bebês prematuros da rede pública de saúde. A capital federal sai na vanguarda no enfrentamento de infecções respiratórias graves entre os pequeninos.
O Nirsevimabe é um anticorpo de ação prolongada, desenvolvido especialmente para prevenir casos graves provocados pelo vírus sincicial respiratório (VSR) — principal responsável por quadros de bronquiolite e pneumonia em bebês com poucos meses de vida. Ao contrário das vacinas tradicionais, o medicamento já vem pronto para agir, sem depender da ativação do sistema imunológico do bebê. Isso o torna ainda mais eficaz entre prematuros e crianças com comorbidades.
Proteção antes do risco
A aplicação é feita de forma preventiva, antes do pico das doenças respiratórias — que costuma ocorrer nos meses mais frios do ano. Com isso, a expectativa da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) é evitar complicações e internações em UTIs neonatais, além de reduzir a pressão sobre o sistema público de saúde.
A distribuição está sendo feita em todas as 11 maternidades da rede pública, proporcionalmente à estimativa de nascimentos prematuros em cada unidade. A medida, além de proteger vidas, traz impactos positivos no planejamento e ocupação dos leitos hospitalares.
Todo o processo está sendo guiado por um protocolo rigoroso e humanizado, construído pela SES-DF em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria e o Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). Profissionais da saúde — médicos, enfermeiros e farmacêuticos — estão sendo capacitados para garantir uma aplicação segura, ética e eficaz.
O Nirsevimabe foi aprovado pela Anvisa em outubro de 2023 e incorporado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em fevereiro de 2024. Sua chegada ao DF é um marco importante no cuidado neonatal e coloca a capital como referência em saúde infantil no país.
Quem tem direito?
O novo protocolo da SES-DF determina o uso do Nirsevimabe para:
- Bebês prematuros entre 32 semanas e 36 semanas e 6 dias, nascidos a partir de 1º de outubro de 2024.
Já os bebês com idade gestacional de até 32 semanas continuam a receber o Palivizumabe, também disponibilizado gratuitamente.
Em tempos em que a saúde pública precisa ser repensada com agilidade e empatia, a ação é um exemplo de política pública eficiente, inovadora e focada nas pessoas.