Valparaíso de Goiás vive um cenário tenso na disputa eleitoral de 2024, com adversários políticos ultrapassando os limites do debate democrático e recorrendo a agressões físicas, disseminação de fake news e ataques homofóbicos. Os episódios mais recentes têm levantado preocupações sobre o estado da democracia na cidade, especialmente em relação à candidatura de Maria Yvelônia, que tem sido alvo de tentativas de desqualificação moral e política.
Um incidente grave ocorreu envolvendo o prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), que foi flagrado agredindo fisicamente Caio Davi, filho do vereador e pré-candidato a prefeito Zé Antônio (PL). As imagens, registradas pelo próprio jovem de 24 anos, mostram o prefeito empurrando e chutando Caio durante uma discussão sobre a prática de pedir votos dentro de uma obra pública. O ato de violência ocorreu diante de assessores e aliados do prefeito, que não intervieram para impedir a agressão.
Além das agressões físicas, a campanha tem sido marcada por uma avalanche de fake news, principalmente contra a candidata Maria Yvelônia. Em uma tentativa desesperada de descredibilizá-la, grupos políticos que dominam Valparaíso há 16 anos estão disseminando informações falsas, associando Yvelônia a causas e ações que contradizem sua plataforma política. Um dos ataques mais preocupantes é a acusação infundada de que Yvelônia teria financiado a campanha do ex-governador Agnelo Queiroz e movimentos LGBTQI+. A candidata prontamente refutou essas alegações, apresentando seu Imposto de Renda de 2015, que prova a inexistência de qualquer doação à campanha de Agnelo.
A disseminação de fake news é uma prática que atenta contra a integridade do processo eleitoral e está sujeita a punições previstas na legislação brasileira. De acordo com o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965), a divulgação de informações falsas com o intuito de influenciar o resultado das eleições pode resultar em multa e até mesmo em cassação de mandato, além de ações criminais por difamação, calúnia ou injúria.
Outro ponto crítico na campanha é a utilização de discursos homofóbicos para desqualificar Yvelônia. A tentativa de ligar sua imagem ao financiamento de um evento LGBTQI+ gerou uma resposta firme de Fagner Bezerra Cabral, Conselheiro da Comissão LGBTQIAPN+ de Valparaíso e organizador do Bloco da Diversidade. Em nota, Cabral esclareceu que Yvelônia não apoiou financeiramente o bloco e ressaltou que ridicularizar o apoio ao movimento LGBTQI+ é um ato de homofobia, crime tipificado pela Lei nº 7.716/1989, que prevê punições para práticas discriminatórias por orientação sexual ou identidade de gênero.
A escalada de violência, fake news e homofobia na campanha de Valparaíso de Goiás é um reflexo preocupante do atual estado do debate político na cidade. Enquanto candidatos deveriam estar focados em apresentar propostas para melhorar a vida dos cidadãos, alguns preferem recorrer a táticas que apenas agravam a polarização e desinformação, comprometendo a integridade do processo eleitoral e desrespeitando os direitos fundamentais.