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Ponto de vista: entre a sensatez e a politização das queimadas ambientais em Brasília

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As críticas proferidas por Ricardo Capelli , ex interventor federal no DF e atual presidente da ABDI contra a gestão de Ibaneis Rocha em meio ao combate às queimadas no Parque Nacional de Brasília e indiretamente aos Bombeiros do DF, revelam não apenas uma postura desinformada, mas também uma perigosa politização de um problema que exige união e responsabilidade.

Ao criticar a gestão local  de falta de comando  e minimizar a complexidade do combate às chamas, Capelli desvia o foco de onde ele deveria estar: na busca por soluções concretas para a crise ambiental.

Em tempos de emergência, o mínimo que se espera de figuras públicas é o reconhecimento do trabalho árduo de quem está na linha de frente. Os bombeiros, em parceria com a Defesa Civil e outros órgãos do GDF, têm se dedicado incansavelmente ao controle dos incêndios que devastam o bioma do Cerrado. São profissionais que, com recursos limitados e sob condições extremas, colocam suas vidas em risco diariamente para proteger o meio ambiente e a população

O cenário atual das queimadas não é resultado da ineficácia de quem combate o fogo, mas de um problema global amplificado pela falta de políticas ambientais robustas e pela escassez de recursos no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e no IBAMA. O efetivo reduzido desses órgãos reflete a negligência histórica com a preservação ambiental, situação que demanda uma cobrança séria e urgente por ações do governo federal — e não a transferência de responsabilidade para quem está atuando no controle das chamas.

A crítica soa vazia e desprovida de compreensão sobre a realidade em campo. Não é o primeiro exemplo de politização em momentos críticos, mas o que o torna ainda mais lamentável é o desrespeito implícito ao trabalho dos bombeiros, cuja honra e dedicação deveriam ser defendidas, e não postas em xeque. Sua fala, sem oferecer propostas concretas, são um eco do pior da política: aquele que se nutre da em vez de buscar o diálogo e a colaboração para resolver os problemas que realmente afetam a sociedade.

O uso de tragédias como palco político sempre terá um preço alto. O momento exige responsabilidade, união e foco em ações que possam mitigar os danos ambientais e humanos causados pelas queimadas, e não uma retórica que só amplia o distanciamento entre lideranças e aqueles que atuam diretamente no combate ao problema.

O GDF, ao contrário do que Capelli insinua, tem mostrado uma rápida e eficiente resposta às queimadas. A articulação entre as diversas forças de segurança e a atuação em campo têm sido elogiadas por muitos, e é injusto desmerecer o trabalho do executivo local.

A crítica vazia e a politização não ajudam a apagar o fogo que consome nossas florestas, mas sim inflamam o debate público.Quando a crise climática exige união e medidas concretas, o povo de Brasília merece mais do que discursos inflamados e sim respostas rápidas e assertivas .

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