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Envelhecimento ativo no DF: Idosos ganham espaço no mercado de trabalho, mas a maioria ainda permanece inativa

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Com a população envelhecendo a uma taxa crescente, o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas (Dieese) lançaram o Boletim Anual da População Idosa, trazendo à tona uma análise detalhada sobre a inserção dos idosos no mercado de trabalho no biênio 2022/2023. Esse levantamento mostra não apenas números, mas histórias de adaptação, resiliência e mudança de hábitos de vida.

Os idosos, com 60 anos ou mais, agora representam 19,7% da População em Idade Ativa (PIA) no Distrito Federal, somando um contingente expressivo de 501 mil pessoas. Mesmo com um aumento significativo na participação dos idosos no mercado de trabalho – 19,1% deles estão ativos – a maioria dessa população ainda se encontra inativa. Entre os inativos, a grande parte é composta por aposentados (70,7%), uma fase da vida que, para muitos, marca o descanso merecido após anos de dedicação ao trabalho.

Mas nem todos escolheram o descanso. Para aqueles que se mantêm ativos, o cenário de trabalho tem nuances. A maioria dos idosos ocupados atua no setor de serviços, com 84,3% desempenhando funções em atividades terciárias. A predominância no setor de serviços reflete a necessidade de flexibilidade que muitos buscam em empregos nessa fase da vida. Eles encontram espaço em atividades autônomas (30%) ou como assalariados (47,2%), sendo que a informalidade ainda é marcante: apenas 20,1% possuem carteira assinada no setor privado.

Por outro lado, o aumento de 2,5% no rendimento médio dos idosos ocupados, alcançando R$ 5.507 mensais, é um dado que merece destaque. Embora enfrentem jornadas de trabalho mais curtas – em média 39 horas semanais – e estejam em posições menos formais, a renda por hora dos idosos supera a de outras faixas etárias. Com R$ 32,99 por hora, os idosos ganham 59,5% mais que os jovens de 15 a 29 anos e 10,1% mais que os adultos de 30 a 59 anos.

Esse equilíbrio entre rendimento e carga horária revela que o envelhecimento ativo, no Distrito Federal, não apenas sustenta a vida financeira, mas também responde a uma demanda por adaptação. Muitos idosos buscam se manter produtivos em um ritmo adequado à sua nova fase de vida, evidenciando um desejo de participação social contínua.

Entretanto, os números mostram que o envelhecimento no DF é permeado por desigualdades. As mulheres, que representam 59,4% da população idosa, são maioria entre os inativos (63,5%). Já os homens dominam as posições no mercado de trabalho, com 57,6% dos ativos sendo do sexo masculino. Além disso, 68% dos idosos ativos são responsáveis pelo sustento de suas famílias, reforçando seu papel crucial como provedores.

A educação também desempenha um papel fundamental na inserção dos idosos no mercado de trabalho. Entre aqueles que possuem ensino superior, 32,7% estão no mercado, contrastando com os 27% dos inativos que concluíram a faculdade. Esse diferencial educacional influencia diretamente a capacidade de encontrar ocupações mais bem remuneradas, menos desgastantes e mais flexíveis.

O envelhecimento da população, apontado pelo aumento da participação de idosos na População Economicamente Ativa (PEA), que subiu 0,5 ponto percentual nos últimos dois anos, é um reflexo claro de uma transição demográfica em curso no Distrito Federal.

O boletim do IPEDF e do Dieese não é apenas um retrato estatístico, mas também um convite à reflexão sobre o lugar dos idosos na sociedade. O envelhecimento é um processo natural e, com ele, surgem novas demandas e realidades que precisam ser compreendidas.

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