A Campanha Setembro Verde, cuja realização ocorreu nesta sexta-feira (27), possui a intenção de promover a doação de órgãos. Esta data é estabelecida para conscientizar a população sobre a importância da doação e a estimulá-la a dialogar em família sobre este gesto de esperança e solidariedade, tendo em vista que a autorização para a doação é concedida pela família do doador. O tema da campanha do Ministério da Saúde (MS) deste ano é “Doação de órgãos: precisamos falar sim”, que alerta para o diálogo e a desmistificação desse assunto.
Cerca de 66,2 mil pessoas estão na lista de espera por um órgão no Brasil. A lista de transplantes é única e contempla tanto pacientes do SUS quanto da rede privada. No Distrito Federal (DF), 1,6 mil pessoas estão na espera: 801, por rins; 732, por córneas; 44, por coração e 23, por fígado.
Até agosto do ano corrente, foram realizados 545 transplantes, sendo 207 de córnea, 177 de órgãos (incluir rim, fígado e coração) e 161 de medulas ósseas. Desde 2007, foram realizados acima de 400 transplantes de coração no DF. Alguns critérios podem conceder ao receptor a prioridade na lista, como, por exemplo, pacientes com maior gravidade clínica da doença, na medida em que a situação clínica exige um maior cuidado.
Também é levada em conta a impossibilidade de diálise, para pacientes com doença renal crônica terminal; a insuficiência hepática aguda grave, entre pacientes com doença hepática; a assistência circulatória, para pacientes cardiopatas, e a rejeição aguda (intensa) a órgãos, recém-transplantados. Além disso, são levados em consideração a tipagem sanguínea; a compatibilidade genética; o peso e a altura do paciente. Havendo, entre dois pacientes, os mesmos critérios, será respeitada a vez de entrada na lista de espera.
Doadores
Existem dois tipos de doadores: o doador vivo, que pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão, e o doador falecido, que possui morte encefálica, com lesão cerebral irreversível, comprovada pelos exames clínicos e de imagem.
Serviço de transplante no DF
A Central Estadual de Transplantes do Distrito Federal (CET-DF) é a responsável por coordenar as atividades de transplante no DF, que compreende a rede pública e particular de saúde. A diretora Gabriella Ribeiro Christmann chama atenção para a necessidade de ter conversa com a família na busca pela ampliação dos potenciais doadores de órgãos. “Sem a autorização da família, não há doação. Por isso, é muito importante que as pessoas que desejam doar conversem sobre assunto com seus familiares e deixem clara sua vontade. Quando a pessoa diz que quer doar, isso facilita a decisão da família e aceitação da doação”, elucida.
Na saúde pública, o ICTDF, contratado pela SES-DF, realiza transplantes de coração, rim, fígado, córnea, medula óssea. O transplante de medula óssea autólogo pediátrico é realizado no Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB). Transplantes de rim e córnea são realizados no Hospital de Base (HB) e no Hospital Universitário de Brasília (HUB). Este último realiza, ainda, transplante de medula óssea.