InícioGeralDF inicia exame genético gratuito para detectar câncer hereditário no SUS

DF inicia exame genético gratuito para detectar câncer hereditário no SUS

Publicado em

O Distrito Federal tornou-se a primeira unidade da Federação a integrar o exame genético para detecção de câncer de mama, ovários e outros tumores hereditários no Sistema Único de Saúde (SUS). Por meio de um projeto-piloto da Secretaria de Saúde (SES-DF), o governo local passará a oferecer, de forma gratuita, o painel de genes que pode identificar alterações moleculares associadas a esses tipos de câncer. O exame será realizado no Laboratório de Biologia Molecular da Unidade de Genética (Ugen), no Hospital de Apoio de Brasília (HAB), e faz parte de uma iniciativa inovadora de prevenção e diagnóstico precoce.

Pioneirismo no SUS

Embora outros quatro estados – Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Amazonas – possuam leis que preveem a realização de exames genéticos para detecção de câncer hereditário, o Distrito Federal é o primeiro a oferecer o serviço completamente integrado ao SUS, com acompanhamento personalizado. A iniciativa cumpre a Lei nº 6.733, sancionada em novembro de 2020, que estabelece a obrigatoriedade de disponibilizar testes de mapeamento genético para mulheres com elevado risco de desenvolver câncer de mama.

Esse novo serviço no DF coloca a capital federal na vanguarda da medicina preventiva ao ampliar o acesso da população a exames de alta complexidade, anteriormente restritos ao setor privado. Caso o teste detecte uma alteração genética que indique suscetibilidade a algum tipo de câncer, o paciente será acompanhado por um programa especializado que inclui exames periódicos e um plano de prevenção personalizado.

O Governo do Distrito Federal investiu cerca de R$ 600 mil para viabilizar o projeto. O recurso foi utilizado na compra de equipamentos de sequenciamento genético de nova geração e dos insumos necessários para a realização dos exames. A máquina adquirida tem capacidade de fazer a leitura das bases químicas do DNA de cada paciente, gerando dados que serão analisados pela equipe de genética do Hospital de Apoio de Brasília.

A expectativa é que, até o final deste ano, 240 mulheres, encaminhadas por especialistas da rede pública de saúde, sejam atendidas. Elas passarão pela coleta de material genético, e, caso sejam identificadas alterações que indiquem predisposição ao câncer, terão acesso a um acompanhamento contínuo, com a realização de exames de imagem e bioquímicos regulares para monitorar possíveis desenvolvimentos da doença.

Para garantir a qualidade e eficiência do processo, servidores do Laboratório de Biologia Molecular concluíram um treinamento especializado na última sexta-feira (18). O curso, que envolveu médicos geneticistas, biólogos e biomédicos, foi realizado para padronizar os procedimentos e assegurar que o sequenciamento genético seja feito com precisão.

Essa capacitação reforça o compromisso do GDF com a implementação de práticas modernas de saúde pública, assegurando que a tecnologia de ponta seja utilizada em benefício dos cidadãos, especialmente daqueles que não têm acesso aos caros exames genéticos disponíveis na rede privada.

 Prevenção e impacto social

A inclusão desse exame genético no SUS representa um passo significativo para a medicina preventiva no Distrito Federal. Ao identificar precocemente a predisposição ao câncer, o programa visa reduzir o número de casos avançados da doença e aumentar as chances de cura por meio de diagnósticos e intervenções em estágios iniciais. Além disso, a oferta do exame sem custo para a população em situação de vulnerabilidade social reafirma o papel da saúde pública como um mecanismo de inclusão e promoção da equidade.

 

Últimas notícias

LEIA TAMBÉM