O maior programa de captação de águas pluviais do Governo do Distrito Federal (GDF), o Drenar DF, avança para sua conclusão com um investimento de R$ 180 milhões. Utilizando a técnica inovadora do tunnel liner, que concentra as obras no subterrâneo, o projeto minimizou os transtornos à população durante sua execução.
Obras subterrâneas e eficiência operacional
Para evitar impactos visíveis na superfície, foram construídos 108 poços de visita (PVs), estruturas verticais que permitem a escavação das galerias por onde a água será drenada. O método dispensa a abertura de grandes valas, tornando as intervenções praticamente imperceptíveis para quem circula por Brasília.
Além de proporcionar maior conforto à população, o tunnel liner reduz os riscos aos trabalhadores e aumenta a agilidade do processo. Durante a escavação, chapas de aço curvadas são instaladas a cada 46 cm para sustentar o túnel, garantindo segurança e produtividade.
No momento, os trabalhos se concentram em um trecho de 110 metros de um dos cinco lotes da obra, onde a equipe enfrenta um solo mais resistente que o previsto. Escavadeiras e furadeiras hidráulicas, equipadas com brocas especializadas, são utilizadas para romper a rigidez do terreno.
Poços de ataque: pontos estratégicos para o sistema
Os chamados “poços de ataque” – acessos utilizados para escavação das galerias – desempenham um papel essencial. Após a conclusão das obras, eles servirão para manutenção, inspeção e limpeza do sistema de drenagem. Essas estruturas têm profundidade média de 11,32 metros, chegando em alguns casos a impressionantes 21,3 metros, o equivalente a um prédio de seis andares.
A rede de tubulação percorre um extenso trajeto, partindo da Arena BRB (Estádio Nacional Mané Garrincha) até o Lago Paranoá. No caminho, cruza importantes vias e quadras da Asa Norte, incluindo a W3, W5, Eixão, L2 e L4 Norte, além de áreas como as quadras 902, 702 e 402.
Próximas etapas e novos projetos
Com a conclusão da primeira etapa, que abrange as quadras iniciais da Asa Norte, a próxima fase do Drenar DF contempla as quadras 4 e 5 até a 14. Essa segunda fase aguarda aprovação pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) e disponibilidade de recursos. Um terceiro projeto, em fase de estudo, prevê atender as quadras 15 e 16.
Parque Urbano Internacional da Paz: legado ambiental
Além da infraestrutura de drenagem, o programa inclui a criação do Parque Urbano Internacional da Paz, que abrigará uma bacia de detenção e uma praça. Com uma área livre de 5 mil m², o espaço contará com esculturas, extensa vegetação e uma ciclovia de 1,1 km.
O projeto, elaborado pela Terracap em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh-DF) e seguindo diretrizes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), reforça o compromisso do GDF com o desenvolvimento sustentável e a valorização do espaço urbano.
Com inovação tecnológica e planejamento estratégico, o Drenar DF promete não apenas solucionar problemas históricos de drenagem, mas também deixar um legado que integra infraestrutura, segurança e qualidade de vida para os moradores de Brasília.