Impulsionado pela valorização dos preços e por uma cadeia produtiva diversificada, o agronegócio de Minas Gerais alcançou em 2024 o maior Produto Interno Bruto (PIB) de sua história: R$ 235 bilhões. O montante representa um avanço de R$ 20,5 bilhões em relação ao ano anterior, consolidando o setor como um dos pilares da economia estadual, com participação de 22,2% no PIB mineiro.
Os dados, apresentados nesta segunda-feira (30), são da Fundação João Pinheiro (FJP) em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e o Sistema Faemg Senar. Mesmo com uma retração de 0,5% no volume produzido, a valorização média de 10,2% nos preços dos produtos agropecuários garantiu o salto no faturamento.
A alta foi sustentada, sobretudo, pelos segmentos de grãos, leite, alimentos processados e biocombustíveis. A estrutura diversificada da cadeia — que inclui agroindústria, logística, comércio e serviços — também contribuiu para a performance. O Valor Adicionado Bruto (VAB) das atividades agrícolas e pecuárias subiu de R$ 61,8 bilhões para R$ 70 bilhões, enquanto os demais elos da cadeia responderam por R$ 165 bilhões, ante R$ 152,7 bilhões em 2023.
Para especialistas do setor, o resultado expressivo tem relação direta com a atuação do Governo de Minas, que desde 2023 vem adotando políticas voltadas à desburocratização, à agregação de valor e ao estímulo à inovação tecnológica no campo.
A Seapa, à frente dessa articulação, tem priorizado medidas para fortalecer a agroindústria, abrir novos mercados — inclusive internacionais — e criar um ambiente mais favorável ao empreendedorismo rural.
A produção de alimentos e bebidas, os serviços financeiros voltados ao agronegócio e o turismo rural foram alguns dos setores que apresentaram maior dinamismo no período. A expansão do mercado halal, por exemplo, é apontada como uma nova fronteira de exportação para produtos mineiros.
Crescimento sustentado
A série histórica mostra uma evolução contínua do agro em Minas. Em 2022, o setor movimentou R$ 203,1 bilhões. Em 2023, saltou para R$ 214,5 bilhões. Agora, ultrapassa a barreira dos R$ 235 bilhões. O avanço ocorre num contexto de incertezas climáticas e instabilidade de mercado, o que reforça a relevância do desempenho.
A expectativa do governo é de que o setor siga em curva ascendente, especialmente com o fortalecimento de programas de assistência técnica, digitalização de processos produtivos e incentivo à exportação. O desafio, agora, é garantir que o crescimento também alcance pequenos e médios produtores.