O Brasil alcançará seu ápice populacional em 2041, com uma população de 220.425.299 habitantes. A partir desse ano, o país começará a registrar um declínio no número de habitantes, caindo para 199.228.708 até 2070. Isso significa que, em menos de duas décadas, o Brasil passará por um crescimento negativo, quando o número de mortes superará o de nascimentos, acelerando o processo de envelhecimento da população.
Os dados, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (22), fazem parte da pesquisa Projeções das Populações. O estudo destaca que o ponto de inflexão populacional, ou seja, quando o crescimento se tornará negativo, ocorrerá de maneira diferenciada entre os estados brasileiros.
Os primeiros estados a experimentar esse fenômeno serão Alagoas e Rio Grande do Sul, ambos em 2027, seguidos pelo Rio de Janeiro, em 2028. São Paulo, o estado mais populoso do país, verá essa mudança apenas em 2037. Já Santa Catarina e Roraima serão os últimos a enfrentar o crescimento negativo, com projeções indicando que isso ocorrerá em 2064.
O envelhecimento da população brasileira é uma tendência observada há décadas pelo IBGE, e os novos dados confirmam que, em vinte anos, essa realidade estará consolidada em todo o país. Este processo marca o fim do chamado bônus demográfico, uma fase em que a população economicamente ativa (jovens e adultos) é maior que a de idosos e crianças, favorecendo o crescimento econômico. O bônus demográfico, que começou há cerca de 50 anos, já mostra sinais de esgotamento antes mesmo de 2030, quando os idosos se tornarão a maior parcela da população, pressionando ainda mais os sistemas de saúde e previdência social.
Entre 2000 e 2023, a proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase dobrou, passando de 8,7% para 15,6%. Até 2070, estima-se que 37,8% da população será composta por idosos. Em contraste, o número de crianças de 0 a 14 anos diminuiu de 24,1% para 19,8% no mesmo período. Para efeito de comparação, em 1980, os jovens representavam 38,2% da população, enquanto os idosos somavam apenas 4%.
A idade média da população também tem subido significativamente, passando de 28,3 anos em 2000 para 35,5 anos em 2023, com projeções de que atinja 48,4 anos até 2070.
Os primeiros números do Censo 2022 já apontavam para o menor crescimento populacional em 150 anos. Entre 2010 e 2022, a taxa média de crescimento anual foi de 0,52%, a primeira abaixo de 1% e a menor desde o primeiro censo realizado no Brasil, em 1872.