Os brasilienses estão entre os brasileiros que mais viajam e também entre os que mais gastam ao fazer as malas. Segundo dados da PNAD Contínua Turismo 2024, divulgada pelo IBGE, o gasto médio por viagem feita a partir do Distrito Federal chega a R$ 3.090, o mais alto do país.
Além disso, 26,7% dos domicílios do DF tiveram pelo menos um morador viajando nos últimos três meses, número que reforça o apetite do público local por lazer e o dinamismo do setor turístico.
Destinos preferidos
Quando o destino é de lazer, os brasilienses mantêm o costume de buscar o mar. Salvador, Recife e Rio de Janeiro estão entre as cidades mais procuradas. Mas há também uma tendência crescente de valorização de destinos de natureza e ecoturismo, como a Chapada dos Veadeiros e Pirenópolis, ambas em Goiás e a poucas horas da capital federal.
As viagens para visitas familiares e compromissos de trabalho têm como principal eixo a região Sudeste, especialmente São Paulo, que concentra a maior conectividade aérea com Brasília. Essa relação reforça o papel da capital como ponte entre o Centro-Oeste e o Sudeste.
Além das rotas nacionais, o Aeroporto Internacional de Brasília (JK) segue como porta de embarque para destinos internacionais. Entre os preferidos estão Miami e Orlando, o que mantém Brasília como um dos principais hubs aéreos do país, garantindo acesso rápido a importantes centros turísticos e comerciais.
Turismo dentro de casa
O turismo também ganha força dentro do próprio Distrito Federal. Moradores têm redescoberto a cidade por meio do City Tour, que oferece roteiros culturais e panorâmicos pelos principais pontos da capital. A gratuidade do transporte público aos fins de semana também tem estimulado o deslocamento de famílias para atrações como a Catedral Metropolitana, a Torre de TV, o Pontão do Lago Sul, o Eixo Monumental e a Praça dos Três Poderes.
Essas iniciativas ajudam a fortalecer o sentimento de pertencimento, movimentam o comércio local e estimulam o turismo de experiência aquele que valoriza vivências e conexões com a cidade.
Brasília também vem se consolidando como destino internacional. De janeiro a agosto de 2025, 72.513 turistas estrangeiros desembarcaram na capital, segundo o Ministério do Turismo um aumento de 28% em relação a 2024. Os visitantes vêm, principalmente, da Argentina, Estados Unidos, Peru, Colômbia, Portugal, Chile e França.
De acordo com a Secretaria de Turismo do DF (Setur-DF), o perfil do viajante brasiliense reflete a alta renda domiciliar per capita, cerca de 66% superior à média nacional, e a qualidade de vida da capital, que figura entre as melhores do Índice de Progresso Social (IPS) 2025.
Outro dado que chama atenção é a preferência pelo transporte aéreo, utilizado em 46,3% das viagens, superando o automóvel (40,3%). O Aeroporto JK mantém voos diretos para todas as capitais brasileiras e nove destinos internacionais. Entre janeiro e agosto de 2025, quase 10 milhões de passageiros circularam por lá, somando embarques e desembarques, segundo o Ministério de Portos e Aeroportos.
Economia em movimento
O turismo também tem gerado reflexos diretos na economia local. De acordo com a Secretaria de Economia do DF, a arrecadação de ISS ultrapassou R$ 50 milhões apenas nos oito primeiros meses de 2025 e a expectativa é de superar R$ 100 milhões até o fim do ano.
Os números mostram que o turismo deixou de ser apenas lazer e se firmou como motor econômico. Além de estimular o consumo e o comércio, o setor impulsiona novos investimentos e reforça o papel de Brasília como polo turístico, comercial e consumidor do país.