As recentes obras de drenagem no Sol Nascente deram um novo ritmo ao cotidiano de um dos maiores bairros populares do Distrito Federal. Depois de anos enfrentando enxurradas, lama e poeira que tomavam conta das vias, os moradores começam a sentir um ambiente mais organizado e seguro com a operação total do sistema de captação e das lagoas de detenção. A transformação já alcança cerca de 150 mil pessoas.
Implantados pelo Governo do Distrito Federal desde 2019, por meio da Secretaria de Obras, os equipamentos têm a função de controlar o volume das chuvas e impedir que resíduos avancem para os córregos que formam o Rio Melchior. As lagoas de detenção, que armazenam mais de 90 mil litros, funcionam como uma espécie de “pulmão” que absorve o impacto das tempestades.
O secretário de Obras, Valter Casimiro, reforça que toda a estrutura prevista para os trechos 1, 2 e 3 está concluída, faltando apenas pequenos ajustes de pavimentação.“Assumimos o compromisso de entregar a infraestrutura do Sol Nascente ainda neste ano, e estamos finalizando como planejado. Esta região sofreu demais com alagamentos e danos nas casas, e conseguimos avançar para oferecer mais tranquilidade e respeito à comunidade”, declarou.
Sistema reforçado muda o comportamento da água
A rede implantada alcança 27 quilômetros de tubulações, todas ligadas a uma galeria principal que cresce de tamanho até atingir 2,60 metros de altura no ponto das lagoas. As vias paralelas receberam tubos com diâmetros entre 800 e 1.500 milímetros, todos conduzindo a água para o coletor central.
O engenheiro da SODF, João Bertini, lembra que, antes das intervenções, o bairro praticamente não tinha drenagem. “Mesmo com uma chuva forte que ultrapassou os 100 milímetros — algo raro na última década —, não tivemos nenhum ponto crítico. E, caso surja alguma situação pontual, nossa equipe já está preparada para atuar. A ideia é que aquele cenário de transtornos fique definitivamente para trás”, afirmou.
No comércio, rotina mais leve e fluxo maior
A diminuição da poeira e a melhora na circulação alteraram a rotina de comerciantes e trabalhadores. Antes, muitas lojas precisavam ser lavadas várias vezes ao longo do expediente para tentar conter a sujeira levantada por ônibus e carros.
O comerciante Wanderson Silva, de 42 anos, conta que a mudança foi imediata. “Era difícil demais trabalhar aqui. A poeira tomava conta de tudo e, quando chovia, ninguém conseguia passar direito. Já presenciei gente escorregando na lama. Agora, com o asfalto e a drenagem funcionando, é outro cenário. O cliente chega com facilidade e o bairro está mais valorizado”, relatou.
Antônio de Sousa, 67 anos, comerciante há duas décadas no bairro, também percebe a diferença. “Convivo aqui há muitos anos, e dá para ver como tudo melhorou. Essa nova estrutura trouxe um ganho enorme para quem vive e trabalha no Sol Nascente”, disse.
Desde 2019, o Sol Nascente recebeu mais de R$ 630 milhões em obras e equipamentos públicos. Além da drenagem e da pavimentação, o governo entregou UPA, Restaurante Comunitário, Terminal Rodoviário, Casa da Mulher e conjuntos habitacionais.
A chegada dessa infraestrutura ampliou serviços essenciais, como transporte, coleta de lixo, atendimento de saúde e segurança pública. Também reduziu pontos de risco e evitou danos típicos dos períodos chuvosos, como erosões e enchentes.
No Trecho 3, restam apenas seis ruas para a conclusão total da pavimentação. Depois disso, a Secretaria de Obras deve direcionar esforços para novas regiões que aguardam intervenções estruturais, como Pôr do Sol, 26 de Setembro, Arniqueira, Condomínio Dorothy Stang, Sobradinho e Mestre D’Armas.




