O Distrito Federal mantém um dos melhores índices do país na localização de pessoas desaparecidas. De janeiro a setembro de 2025, 94% dos casos foram solucionados, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF).
O resultado é fruto de uma rede de atenção humanizada e de uma política pública integrada que alia tecnologia, rapidez e acolhimento às famílias desde os primeiros momentos do desaparecimento. No entanto, o desafio permanece: apenas 42% dos casos são registrados nas primeiras 24 horas, período considerado crucial para o sucesso das buscas.
Primeiras horas são decisivas
A SSP-DF reforça que não é preciso esperar 24 horas para comunicar o desaparecimento de alguém. Assim que a ausência for percebida, seja de uma criança, jovem, adulto ou idoso , o familiar deve ligar para o 190 ou procurar a delegacia mais próxima. O registro também pode ser feito pela Delegacia Eletrônica.
Quanto mais informações forem fornecidas no momento do boletim, maiores são as chances de localização. Detalhes como foto recente, roupas usadas, características físicas, condições médicas ou emocionais e o último local onde a pessoa foi vista são fundamentais para direcionar o trabalho das forças de segurança.
De janeiro a setembro deste ano, o DF registrou 1.666 desaparecimentos. Desse total, 1.573 pessoas foram encontradas. O tempo médio entre o desaparecimento e o registro do boletim é de 93 horas e 20 minutos, mas menos da metade dos casos é notificada nas primeiras 24 horas.
O levantamento mostra que 64% das vítimas são homens e 36% mulheres. Cerca de 43% têm entre 30 e 59 anos, e 24% são menores de idade. As regiões com mais ocorrências são Ceilândia, Planaltina, Brasília e Samambaia. Os dias de maior incidência são sexta-feira e sábado (17% cada) e domingo (14%).
A Secretaria alerta que a divulgação de fotos nas redes sociais deve ser feita com cautela e sempre em conjunto com as autoridades. A publicação oficial é feita pelo perfil @desaparecidos_df, administrado pela Subsecretaria de Integração em Políticas de Segurança Pública (Subisp), responsável pelos modelos padronizados de divulgação de desaparecidos e localizados.
Entre as principais iniciativas que tornam o DF uma referência estão a Rede de Atenção Humanizada de Pessoas Desaparecidas e o Protocolo Sinal de Busca Imediata. Este último compartilha, em poucos minutos, a imagem e as informações do desaparecido com mais de 30 órgãos do DF e de outros estados, aumentando as chances de localização.
O trabalho conta ainda com o suporte da Polícia Civil do DF (PCDF) e o uso do Procedimento Operacional Padrão (POP), que define o tratamento técnico e humanizado para cada caso nas delegacias e nos institutos do Departamento de Polícia Técnica (DPT), como o IPDNA, IML, II e IC.
Quando o reencontro acontece seja por ação policial ou contato direto com a família , é essencial informar à autoridade policial para que o boletim seja atualizado. Isso evita duplicidade de esforços e mantém a base de dados precisa. O encerramento da ocorrência também é divulgado pelo perfil institucional no Instagram.
O que fazer em caso de desaparecimento
1. Aja imediatamente:
Não é necessário aguardar 24 horas. Assim que notar a ausência de alguém, acione o 190 ou vá até a delegacia mais próxima.
2. Registre o boletim de ocorrência:
O registro pode ser feito presencialmente ou pela Delegacia Eletrônica. Leve uma foto recente da pessoa e informe características físicas, roupas usadas, condições de saúde e o último local onde foi vista.
3. Busque apoio nas redes oficiais:
A divulgação de imagens deve ser feita com responsabilidade. Use o perfil @desaparecidos_df, administrado pela SSP-DF, para publicação oficial.
4. Após o reencontro:
Comunique a localização à polícia para atualizar o boletim e encerrar formalmente a ocorrência.
5. Coleta de DNA:
Familiares podem participar do programa de coleta de material genético do IPDNA/PCDF, que auxilia na identificação e cruzamento de dados com o Banco Nacional de Perfis Genéticos.
Canais de atendimento:
Telefones: (61) 3207-4365 / 4367
WhatsApp: (61) 98253-8016
E-mail: ipdna-desaparecidos@pcdf.df.gov.br