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Empresas de ônibus, rodoviários e governo discutem melhorias no sistema de transporte público no Distrito Federal

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Nesta quinta-feira (2), o plenário da Câmara Legislativa do Distrito Federal concentrou-se em discutir o transporte público, reunindo representantes das principais empresas concessionárias de ônibus, rodoviários, usuários, o diretor-presidente da Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF), Handerson Ribeiro, e o secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves. O debate abordou uma variedade de tópicos, incluindo financiamento do sistema, tarifas, modernização e situação dos cobradores.

“Estamos cientes das dificuldades enfrentadas pelos usuários do transporte público do DF”, observou o deputado Chico Vigilante (PT), conduzindo a discussão. Vigilante, que historicamente promoveu debates sobre o tema, enfatizou: “O Executivo precisa garantir um serviço de qualidade, considerando os recursos públicos direcionados às empresas e o alto custo da passagem”. Segundo ele, nos últimos quatro anos, foram investidos R$ 4,6 bilhões no sistema.

O secretário de Transporte, Zeno Gonçalves, explicou que o sistema tem um custo aproximado de R$ 2 bilhões por ano, dos quais R$ 800 milhões são cobertos pelas tarifas dos usuários, enquanto o restante é subsidiado pelo governo. “O subsídio visa a evitar aumentos nas tarifas e custear as gratuidades para estudantes, idosos e pessoas com deficiência”, destacou.

Gonçalves exemplificou que, atualmente, um passageiro pode viajar de Planaltina a Brazlândia por R$ 5,50. “É um dos programas de transferência de renda mais significativos do Brasil”, avaliou.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários do DF, João Dão, elogiou o subsídio do governo: “Sem ele, a tarifa poderia ultrapassar R$ 10”.No entanto, esse subsídio tem um custo. De acordo com Gonçalves, o governo acumulou uma dívida de R$ 900 milhões com as empresas operadoras. “Essa é a diferença entre o que temos no orçamento e o que as empresas precisam para operar”, explicou.

Questionado por Vigilante sobre como o governo planeja pagar essa dívida, Gonçalves mencionou que o subsídio da tarifa técnica foi reduzido de R$ 1,858 bilhão para R$ 1,5 bilhão, o que resultará em uma economia de R$ 540 milhões. Com essa redução nos custos, o governo espera liquidar a dívida até o final do próximo ano.

Adriel Lopes, diretor executivo da BSBus Mobilidade (anteriormente Expresso São José), instou a busca de uma solução para esse problema financeiro. “A pandemia alterou os padrões de deslocamento da população; hoje, temos 10 milhões a menos de passageiros por ano em nossa área de operação”, apontou. “Nosso orçamento atual só dura até maio; como explicar aos funcionários que eles podem não receber seus salários? Isso gera muita preocupação”, acrescentou.

A Viação Marechal, outra empresa que ainda não concluiu a renovação de sua frota, registrou uma folha de pagamento mensal de R$ 9 milhões e uma dívida acumulada de R$ 120 milhões com o governo entre 2022 e 2023. A gerente de operações e planejamento, Nuria Azevedo, espera entregar 244 novos ônibus em agosto, todos equipados com ar condicionado.

Funcionamento e Modernização do Transporte Público

Durante a comissão geral, também foram abordadas questões relacionadas ao funcionamento e modernização do sistema de transporte público.

O diretor da Piracicabana, Fausto Mansur, enfatizou que a empresa foi uma das pioneiras na renovação completa de sua frota, enquanto o diretor da Pioneira, Eduardo Dias, destacou que todos os seus ônibus estão equipados com tecnologia de ponta e são menos poluentes. Além disso, Dias informou que a Pioneira adicionou 52 novos ônibus para atender às regiões de Santa Maria, Paranoá, São Sebastião e Gama. A Viação Urbi Mobilidade não esteve presente no debate.

Segundo o secretário de Transporte, toda a nova frota será equipada com validadores para passagens, permitindo o monitoramento em tempo real do número de passageiros por ônibus e do trajeto. Essa ferramenta de “controle operacional” deve estar plenamente funcional até junho, conforme estimativa de Zeno Gonçalves.

Além disso, está em andamento o desenvolvimento de um aplicativo que permitirá aos usuários acompanhar a localização e o trajeto de seus ônibus, de maneira semelhante aos aplicativos de transporte, como o Uber.

Cobradores

No início deste ano, o governador Ibaneis Rocha mencionou publicamente a possibilidade de eliminar a função dos cobradores de ônibus, o que gerou preocupações entre a categoria. Durante a comissão geral, os cobradores buscaram esclarecimentos sobre essa questão. “Não podemos simplesmente deixar 8 mil trabalhadores desempregados”, defendeu Chico Vigilante.

O secretário de Transporte negou essa possibilidade, afirmando que “não está em discussão no momento”. Ele reiterou a importância dos cobradores para um transporte de qualidade e transmitiu uma mensagem do governador: “Acalmem seus corações”.

Metrô

O Metrô-DF, parte integrante do sistema de transporte público, foi representado por seu diretor-presidente, Handerson Ribeiro, que apresentou os planos de expansão do modal.

Ribeiro informou que as obras em Samambaia já estão contratadas e aguardam apenas a conclusão das negociações com o governo federal. Essa extensão acrescentará mais 3,5 km de linha e duas novas estações, atendendo até 10 mil passageiros por dia, chegando até a Vila Olímpica Rei Pelé.

Quanto às obras em Ceilândia, a licitação deverá ser finalizada ao longo de 2024. O projeto prevê 2,6 km de linha e duas estações, ampliando o metrô até as proximidades da BR 070.

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