Uma recente pesquisa conduzida pelo Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) trouxe à tona uma realidade alarmante: apenas 11% das escolas municipais e estaduais do país têm acesso à internet com a velocidade considerada adequada. O estudo, realizado com um medidor de qualidade de conexão em 32.379 instituições públicas que possuem mais de 50 alunos no principal turno, revelou uma lacuna significativa na infraestrutura digital educacional.
Dos estabelecimentos educacionais avaliados, apenas 3.640 unidades possuíam internet com velocidade de download igual ou superior a 1 Megabyte por segundo (Mbps), conforme recomendado pela Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), do governo federal.
Apesar dos esforços do Ministério da Educação (MEC) para melhorar a infraestrutura digital nas escolas públicas, ainda há muito a ser feito.Os dados coletados revelam também disparidades regionais significativas.
O Norte do país apresenta menor cobertura e qualidade de conexão, com estados como Acre, Amazonas, Amapá, Roraima e Pará registrando as velocidades mais baixas. Por outro lado, regiões como Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Goiás apresentam as maiores velocidades de conexão.
A pesquisa também analisou a disponibilidade de equipamentos nas escolas. Dos 137.208 estabelecimentos estaduais e municipais avaliados, 89% estão conectados à rede, porém apenas 29% possuem computadores, notebooks ou tablets para acesso às redes pelos alunos. Aqueles que possuem equipamentos contam, em média, com um dispositivo para cada dez estudantes no maior turno escolar.
Diante desses dados, fica evidente a necessidade de investimentos contínuos na infraestrutura digital das escolas públicas, garantindo que todos os alunos tenham acesso equitativo a recursos educacionais essenciais no mundo cada vez mais conectado de hoje.