No cenário barroco de Ouro Preto, entre ladeiras históricas e o som dos sinos das igrejas coloniais, Minas Gerais mais uma vez mostrou ao Brasil — e ao mundo — que turismo e cultura são muito mais do que atrativos: são vocações que alimentam a alma e movimentam a economia.
A 5ª edição do Festival Internacional de Turismo e Cultura de Ouro Preto (Festur), realizada de 4 a 6 de junho, transformou o Centro de Artes e Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) em palco de ideias, experiências e encontros.
Com estande próprio, a Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), em parceria com a Codemge, levou ao público um retrato autêntico da pluralidade mineira. Mais do que apresentações institucionais, o espaço foi ponto de vivência afetiva e criativa, com oficinas, sabores e conversas que traduzem o espírito do povo mineiro — acolhedor, inventivo e profundamente enraizado em seu território.
Turismo com propósito
A participação do Governo de Minas no Festur vai além da promoção. Representa uma aposta estratégica na regionalização do turismo como política pública estruturante. A proposta é clara: fortalecer as Instâncias de Governança Regionais (IGRs), integrar os municípios e gerar desenvolvimento a partir das vocações de cada pedaço de Minas. É turismo pensado como motor de inclusão social, geração de renda e sustentabilidade.
A abertura oficial do evento trouxe o Fórum Estadual de Empreendedores e Secretários de Turismo e Cultura, com o tema “Gestão Pública de Resultados e Investimento no Turismo”. A palestra inicial ficou por conta de Thiago Akira, especialista em marketing digital com foco no setor turístico, reforçando a importância do posicionamento estratégico num mercado cada vez mais competitivo e sensível à autenticidade.
Dois painéis marcaram a programação com reflexões profundas. No primeiro, “Identidade, Sustentabilidade e Desenvolvimento”, o superintendente da Secult, Petterson Tonini, destacou que estar no Festur é um ato de compromisso com o futuro:“Estamos construindo o amanhã com base nas nossas identidades, vocações e territórios, valorizando a governança e, sobretudo, as pessoas”, destacou.
Ao lado dele, nomes como Rodrigo Cezário, do Congresso Nacional de Turismo e Cultura Sustentável, e Flávio Malta, secretário de Cultura e Turismo de Ouro Preto, apontaram caminhos possíveis para um turismo que respeita raízes e projeta oportunidades.
No segundo painel, “O Turismo que Transforma”, a conversa girou em torno do poder do desenho de experiências na valorização dos territórios. Com mediação de Nádia Giannini (Sebrae-MG), o debate trouxe as contribuições de Thaís Miranda, que apresentou um projeto de diversificação da oferta turística, e Leonardo Esteves, com o case “Destino Veredas”, que une natureza, cultura e protagonismo local.
O fazer mineiro em evidência
No estande da Secult, a hospitalidade mineira ganhou forma e sabor. Oficinas interativas, roteiros turísticos inéditos e experiências gastronômicas convidaram os visitantes a mergulhar nos cinco sentidos de Minas. Cada detalhe — da arquitetura à prosa de quem recebia — era uma amostra viva do que o estado tem a oferecer: autenticidade, diversidade e encantamento.
O Festur 2025 não foi apenas um festival. Foi uma celebração do que Minas é, do que Minas faz e do que Minas pode ser quando aposta em sua essência como caminho de futuro. Em tempos em que o turismo global busca experiências significativas, o território mineiro se consolida como destino de alma onde cada cidade é um poema e cada mineiro, um contador de histórias.