Em resposta à iminente taxação adicional de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o governo de Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira (30) um conjunto de medidas emergenciais para amparar o setor produtivo local.
A iniciativa, que prevê ações fiscais e de crédito, foi apresentada pelo governador Romeu Zema durante reunião com cerca de 150 empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte.
O encontro foi mediado pelo presidente da entidade, Flávio Roscoe, e contou com a presença de secretários de Estado, representantes do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).
O pacote contempla duas medidas principais: a liberação de R$ 100 milhões anuais em créditos de ICMS acumulados pelas empresas exportadoras e uma linha de crédito do BDMG no valor de R$ 200 milhões, com juros reduzidos e prazo estendido para pagamento.
“Estamos diante de um cenário que nos impõe limites, já que essa política tarifária é uma decisão do governo americano. Mas, dentro das nossas possibilidades, o Estado está se mobilizando para reduzir os danos ao setor produtivo mineiro”, afirmou Zema.
A monetização do ICMS, conforme detalhado pela Secretaria de Fazenda, busca oferecer alívio imediato às empresas com estoques de crédito acumulado nas exportações. Já a linha de crédito do BDMG terá taxa fixa de 0,9% ao mês, prazo de até 60 meses e carência de 12 meses. A expectativa é de que os recursos estejam disponíveis nas próximas semanas.
Apesar de reconhecer que a articulação diplomática para revisão das tarifas cabe ao governo federal, Zema reforçou que sua gestão manterá diálogo contínuo com o setor industrial para avaliar a necessidade de novas medidas.
Além das ações emergenciais, o governo mineiro afirmou que continuará trabalhando na diversificação de mercados externos, estratégia já adotada em anos anteriores.
Também informou que vem fornecendo dados ao Itamaraty para reforçar a posição brasileira nas negociações com os EUA, especialmente nos setores de café e açúcar produtos nos quais a substituição por fornecedores de outros países pode ser limitada.




