Há uma cena que se repete com naturalidade no Distrito Federal: Ibaneis Rocha (MDB) e Celina Leão (PP) dividindo palanques, olhares e aplausos. O gesto, antes protocolar, agora soa como prelúdio de uma nova etapa. Confirmadas as pré-candidaturas, o governador disputará uma vaga no Senado, enquanto a vice se lança oficialmente ao Governo do Distrito Federal.
Com 63% de aprovação, segundo levantamento do Instituto Realtime Big Data, Ibaneis Rocha encerra seu segundo mandato no Buriti com mais prestígio do que muitos gestores em início de governo. Sua imagem, associada à estabilidade administrativa e à execução de obras estruturantes, transformou-se em ativo político de alto valor. E é justamente esse capital que o projeta para o Senado com fôlego e confiança.
Celina Leão, por sua vez, construiu presença própria, pautada pela proximidade com a população, pela presença constante nas ruas da cidade e pela habilidade de costurar alianças sem perder o discurso de empatia. Sua candidatura ao GDF não nasce de um arranjo improvisado, mas de uma transição natural, lapidada nos anos de vida pública e política.
A dupla ainda conta com uma coalizão partidária ampla e pragmática, que vai do MDB ao PP, passando por PL, Republicanos, PSD, PRD, União Brasil e PMB — um arco que abriga conservadores, liberais e centristas, unidos por uma variável comum: resultados. É nesse ambiente de convergência que o grupo político de Ibaneis e Celina encontra força e estabilidade, um raro equilíbrio no jogo político brasiliense.
Ao observar o cenário de 2026, nota-se que a sucessão no DF parece menos uma ruptura e mais uma continuidade de projeto. Ibaneis, ao Senado, leva consigo a legitimidade de dois mandatos bem avaliados e a promessa de representar o Distrito Federal em outro patamar institucional. Celina, ao governo, representa a aposta na renovação sem ruptura — uma continuidade com identidade própria.
Juntos, os dois conseguiram transformar uma aliança administrativa em protagonismo político consolidado. Ibaneis se afirma como o fiador de uma gestão que entregou, e Celina desponta como o rosto de um futuro possível.
Há algo de simbólico nesse movimento: um governador que sai forte e uma vice que chega pronta. No tabuleiro de 2026, ambos já jogam com as peças bem-posicionadas e prontos para o xeque-mate.




