O Governo do Distrito Federal (GDF) intensificou os esforços para combater o incêndio florestal que teve início no domingo (15), no Parque Nacional de Brasília. A operação conjunta, que já envolve cerca de 640 bombeiros, conta também com o apoio de diversas instituições como o Instituto Brasília Ambiental, o ICMBio e o Prevfogo do Ibama, além da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), que cedeu um helicóptero para auxiliar nos trabalhos aéreos. O incêndio, que começou próximo ao Córrego do Bananal, segue sendo monitorado de perto, com focos ainda presentes em áreas subterrâneas.
A rápida resposta do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), somada ao incremento logístico feito pelo GDF, permitiu controlar o fogo antes que ele se expandisse, especialmente em regiões próximas à captação de água da Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), que abastece parte da capital. No entanto, o combate aos focos remanescentes exige atenção contínua, especialmente nas matas de galeria, onde o incêndio persiste de forma subterrânea.
A operação conta com o uso de helicópteros para sobrevoos e monitoramento constante, além da mobilização das equipes em solo, que se revezam no combate direto às chamas.
Força-tarefa investiga causas
Preocupado com a possibilidade de ações criminosas, o GDF, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF), instalou uma força-tarefa para investigar as origens do incêndio. A decisão foi tomada na segunda-feira (16), após uma reunião no Palácio do Buriti, com a presença do governador Ibaneis Rocha, da vice-governadora Celina Leão e representantes de órgãos de segurança e meio ambiente. “Precisamos agir com rapidez e rigor para identificar qualquer ação intencional que tenha causado esse desastre”, afirmou o governador.
A criação da força-tarefa ocorre após o Distrito Federal ter sido afetado, no final de agosto, pela fumaça de queimadas de outras regiões do país, o que já havia levado o governo local a elaborar um plano de ação para melhorar a qualidade do ar em situações críticas. Ainda em abril, o DF decretou estado de emergência ambiental para o período de junho a novembro, antecipando ações de prevenção e combate a incêndios.
Participação da população é fundamental
Apesar do grande esforço das autoridades, a colaboração da população é vista como essencial para evitar novos incêndios. A orientação é que os moradores evitem o uso de fogo em áreas abertas e acionem o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193 ao menor sinal de incêndio. Além disso, o Instituto Brasília Ambiental mantém uma Central de Denúncias de Incêndios Florestais, disponível pelo número (61) 9224-7202, que pode ser acessada via ligação ou WhatsApp.
Estiagem prolongada agrava situação
Com mais de 147 dias sem chuva, a capital federal enfrenta uma das secas mais severas dos últimos anos. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), não há previsão de chuva para os próximos dias, o que torna o combate aos incêndios ainda mais desafiador. “A baixa umidade do ar e a vegetação extremamente seca criam um cenário propício para o surgimento e a propagação de focos de fogo”, alertou um especialista do Inmet.
Enquanto a estiagem persiste, as equipes de combate ao incêndio seguem mobilizadas, em uma corrida contra o tempo para preservar o que resta da vegetação do Parque Nacional de Brasília, uma área de proteção ambiental crucial para o abastecimento de água do Distrito Federal e a conservação do bioma local.