Ponto de passagem para mais de 700 mil pessoas por dia, a Rodoviária do Plano Piloto começou uma nova fase no último domingo (1º), com a entrada em operação da concessão à iniciativa privada.
A Catedral, empresa vencedora do processo licitatório realizado pelo Governo do Distrito Federal (GDF), assume agora o comando do complexo com uma promessa ousada: transformar um dos espaços mais simbólicos e movimentados de Brasília em um ambiente mais moderno, acessível e seguro — sem que isso pese no bolso do cidadão.
A nova gestão vem acompanhada de um pacote robusto de R$ 120 milhões em investimentos para requalificar a estrutura, que já deu sinais de desgaste após décadas de uso intenso. Escadas rolantes paradas, elevadores quebrados e problemas de limpeza estão entre os desafios que a concessionária se comprometeu a enfrentar desde o primeiro dia.
E a mudança já começou a ser sentida. Um dos primeiros movimentos foi a reativação das 12 escadas rolantes e elevadores, que agora contam com manutenção constante e uma equipe técnica de plantão. É um passo importante para melhorar a circulação num espaço que concentra diariamente trabalhadores, estudantes, turistas e cidadãos que usam o transporte público para se deslocar entre as regiões administrativas do DF.
Com o novo modelo de gestão, o Consórcio Catedral passa a ser responsável por toda a administração do espaço, incluindo segurança, limpeza, manutenção e obras de modernização. O contrato prevê ainda a construção de uma nova plataforma de BRT, requalificação das edificações existentes, melhoria na acessibilidade e a implantação de sistemas operacionais para otimizar o funcionamento da rodoviária.
O cronograma já está definido: nos primeiros dois anos, serão investidos R$ 7 milhões em melhorias nos estacionamentos e no sistema operacional. Em três anos, o prédio principal passará por reforma com aporte de R$ 57,7 milhões. E, até o quarto ano de concessão, a meta é entregar um complexo totalmente modernizado com mais R$ 54,9 milhões aplicados em infraestrutura.
O projeto ainda inclui a revitalização dos estacionamentos localizados ao redor da Rodoviária, que juntos somam 2.902 vagas distribuídas entre o Setor de Diversões Norte (SDN), Sul (SDS) e a plataforma superior. Esses espaços serão transformados em estacionamentos rotativos e poderão ser explorados diretamente pela concessionária ou por meio de terceirização.
Um ponto que sempre gera preocupação da população quando se fala em concessão: o preço da passagem vai aumentar? Segundo o GDF, a resposta é não. O novo modelo de gestão não impactará o valor da tarifa do transporte público, que continuará sob responsabilidade do poder público.
A concessão da Rodoviária do Plano Piloto foi regulamentada pela Lei Distrital nº 7.358/2023 e teve aprovação de órgãos como a Câmara Legislativa do DF, o Tribunal de Contas, o Iphan e o Conplan. Trata-se de um passo importante na tentativa de dar novo fôlego a um espaço central na vida urbana de Brasília — não apenas pela função logística que cumpre, mas também pelo que representa para a identidade da capital.
