Em um marco inédito para a participação social no Distrito Federal, 482 jovens entre 16 e 29 anos compareceram neste domingo (29) às urnas para eleger, de forma direta e facultativa, os primeiros representantes do Conselho de Juventude do DF (Conjuve-DF). A eleição, organizada pela Secretaria da Família e Juventude (SEFJ), superou as expectativas de participação da pasta e consagra uma nova etapa de envolvimento cívico da juventude na formulação de políticas públicas.

“Essa é a primeira vez na história do DF que os membros do Conselho de Juventude são escolhidos por voto direto e facultativo”, afirmou o secretário da Família e Juventude, Rodrigo Delmasso. Segundo ele, a eleição marca o início de uma gestão mais democrática e próxima da realidade dos jovens, sobretudo nas áreas de educação, empregabilidade, saúde e segurança.

Dos 2.100 jovens previamente inscritos, cerca de 23% compareceram ao local de votação , mais que o dobro da adesão esperada. “A expectativa era de uma participação em torno de 10%. Ter mais de 480 jovens se deslocando, num domingo, com transporte gratuito, é uma resposta concreta de que eles querem ser ouvidos e fazer parte das decisões”, avaliou Delmasso.

Os eleitos assumirão mandatos de dois anos, sem remuneração, com a missão de representar a juventude do DF nas discussões com o poder público. O edital previu paridade de gênero — três homens e três mulheres — e reserva de 20% das vagas para autodeclarados negros. Os conselheiros devem tomar posse em 12 de agosto, Dia Internacional da Juventude, com a primeira reunião de trabalho agendada para o dia seguinte. A proposta é que o plano de ação do novo colegiado seja apresentado ainda em setembro.

Além do papel consultivo, o Conjuve-DF deve atuar ativamente em projetos de escuta da juventude, como o “Fala Galera”, que leva equipes da SEFJ a escolas públicas para colher sugestões e críticas diretamente dos estudantes. “Já ouvimos mais de 3 mil jovens neste primeiro semestre e queremos ampliar esse diálogo com a ajuda dos conselheiros eleitos”, disse o secretário.

Criado pela Lei nº 7.529/2024, o Conjuve-DF surge como instrumento de institucionalização da voz jovem dentro do governo local. A estrutura prevê ainda a possibilidade de recondução por mais um mandato, como forma de garantir continuidade às propostas iniciadas.

A eleição foi realizada presencialmente na sede da secretaria, com apoio do programa “Vai de Graça”, que assegura gratuidade no transporte público aos finais de semana. A medida foi considerada essencial para viabilizar a participação de jovens das regiões administrativas mais afastadas do Plano Piloto.

Com a posse iminente dos novos conselheiros, a expectativa da SEFJ é consolidar um canal permanente de escuta e formulação de políticas públicas voltadas à juventude, com foco especial na promoção de direitos e inclusão.