uiz Inácio Lula da Silva (PT) vai se vacinar contra a Covid-19 na abertura da campanha de vacinação nesta segunda-feira (27).A intenção do governo é mostrar a volta à normalidade e confiança na imunização, uma das principais bandeiras da campanha à presidência do então candidato do PT.
Durante a transição de governo, Lula disse que uma prioridade seria recuperar o PNI (Programa Nacional de Imunizações), que virou um departamento no Ministério da Saúde, e ampliar a cobertura vacinal.
A ideia é fazer um contraponto à gestão do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL). O ex-mandatário desincentivou a vacinação, afirmou diversas vezes que não iria tomar as doses contra a Covid-19 e colocou seu cartão de vacinação sob sigilo.
Na fase aguda da crise sanitária, Bolsonaro promoveu aglomerações, desaconselhou o uso de máscaras e politizou a vacinação, disseminando teorias falsas, a exemplo do episódio em que associou a vacina à Aids.
A intenção de Lula e da ministra da Saúde, Nísia Trindade, é lançar o Movimento Nacional pela Vacinação. A iniciativa prevê ações para ampliar as coberturas de todas as vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde.
O Ministério da Saúde vai começar o cronograma do Programa Nacional de Vacinação 2023 com a vacinação contra a Covid-19 do grupo de risco.Para as pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da doença será usada a vacina bivalente da Pfizer. Esse modelo é uma atualização do imunizante que utiliza a cepa original do Sars-CoV-2 e da variante ômicron BA.1.
Também está prevista a intensificação na campanha de influenza, em abril, antes da chegada do inverno, quando as baixas temperaturas levam ao aumento nos casos de doenças respiratórias.Haverá, ainda, ação de multivacinação de poliomielite e sarampo nas escolas, o que deve acontecer a partir de maio.
ESTRATÉGIAS PELO PAÍS
Em entrevista à Folha de S.Paulo, a nova secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, disse que a intenção da pasta é fazer estratégias diferentes por regiões do país para alcançar as especificidades de cada lugar.
Além disso, a pasta pretende acionar um amplo esquema de comunicação, com influenciadores, artistas, políticos, líderes religiosos e professores.
Ethel considerou que 2023 será um ano de transição para começar a melhorar a cobertura vacinal no país. Entretanto, ela diz acreditar que será um trabalho de quatro anos conseguir atingir altas taxas de imunização.
A secretária disse também que há possibilidade de firmar novos contratos com a Pfizer e o Instituto Butantan e ampliar as doses do contrato vigente com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Há, ainda, conversas para que a vacina da Moderna entre no portfólio do Ministério da Saúde se for aprovada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) com a intenção de acelerar a vacinação.
“Pretendemos trabalhar com campanhas de comunicação diferenciadas por região porque sabemos que há diferenças regionais e culturais. O problema para a baixa cobertura também é diferente em relação às classes sociais. Temos uma diminuição da cobertura nas classes sociais mais altas. No público usuário do SUS, a maior dificuldade é operacional -por exemplo, o horário de funcionamento das unidades”, disse.