Após 10 anos de itinerância por diversos espaços do Distrito Federal, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro (OSTNCS) finalmente se prepara para voltar à Sala Martins Pena, no Teatro Nacional. O retorno ocorre em um momento emblemático, quando o grupo celebra seus 45 anos de existência, em 2024, consolidando-se como um dos maiores patrimônios culturais da capital.
A última apresentação da OSTNCS no teatro ocorreu em dezembro de 2013, com a execução da Sinfonia nº 9, de Beethoven, um mês antes da interdição do espaço devido ao descumprimento das normas de segurança, combate a incêndio e acessibilidade. Desde então, a orquestra passou por uma jornada de itinerância, realizando suas temporadas em locais como o Teatro Pedro Calmon, Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Santuário Dom Bosco, Cine Brasília, Museu Nacional e, mais recentemente, o Teatro Plínio Marcos, no Eixo Ibero-Americano, onde está desde 2022.
Com a reabertura da Sala Martins Pena, que é o primeiro espaço a passar por um processo de restauro promovido pelo Governo do Distrito Federal (GDF), a OSTNCS terá à disposição uma infraestrutura renovada. O espaço conta com uma sala de apoio climatizada, banheiros e uma área exclusiva no foyer projetada para apresentações de formações menores, como trios de cordas. Além disso, a sala foi estruturada para guardar os instrumentos do grupo, proporcionando mais conforto e funcionalidade aos músicos.
Restauração histórica
As obras de restauração do Teatro Nacional Claudio Santoro começaram em dezembro de 2022 e fazem parte de um investimento inicial de R$ 70 milhões, conduzido pela Novacap e pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec-DF). A primeira etapa se concentra na implementação do sistema de combate a incêndio, na ampliação das condições de acessibilidade e na revitalização do foyer e da Sala Martins Pena.
O GDF já anunciou novos investimentos de R$ 320 milhões para as próximas fases da obra. Essa etapa incluirá a restauração da Sala Villa-Lobos, do Espaço Dercy Gonçalves, da Sala Alberto Nepomuceno e do anexo do teatro.
Uma volta simbólica
A expectativa do retorno à Sala Martins Pena tem um significado profundo para a orquestra e o público brasiliense. Fundada em 6 de março de 1979, a OSTNCS realizou seu concerto inaugural sob a regência do maestro Claudio Santoro, um dos maiores compositores brasileiros reconhecidos internacionalmente. Agora, ao completar 45 anos, o grupo finalmente volta ao palco que simboliza sua história e sua contribuição cultural inestimável.
O retorno da OSTNCS à Sala Martins Pena marca não apenas um reencontro com sua casa original, mas também um avanço na preservação e valorização do patrimônio cultural do Distrito Federal.