A ascensão da candidatura de Maria Yvelônia (Solidariedade) sobre Marcus Vinícius (MDB), mesmo tendo este recebido apoio do prefeito atual Pábio Mossoró e contado com o aparato do estado, apresenta um cénario político interessante.
A maior explicação para o fato de Yvelônia estar na frente é a forte sinalização de apoio de Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro, o que trouxe calor para a sua campanha. Este apoio tem mobilizado tanto a base conservadora local, quanto o eleitorado indeciso, além de construir um simbolismo de renovação, que alcança diferentes segmentos da população, como evangélicos e mulheres.
Por seu turno, Marcus Vinícius, apesar de dispor de máquina administrativa e suporte do prefeito, teve dificuldades para transformar tamanha vantagem em capital político.Sua atuação como secretário de Infraestrutura de Valparaíso de Goiás é alvo de críticas. Embora tenha implementado projetos importantes para a melhoria do fluxo de veículos na BR-040 e redução de acidentes, muitos moradores reclamam de obras não terminadas, além do desconforto de terem ficado sob intervenções longas. A entrega de obras com grandes atrasos e a execução de projetos considerados ineficazes para a população surgem como falhas em sua gestão.
Além disso, Marcus Vinícius possui a insatisfação de grupos que reclamam da falta de planejamento estratégico em algumas áreas da cidade. A infraestrutura urbana, ainda possui problemas, como os frequentes alagamentos em áreas sem drenagem questão que foi pouco abordada durante seu mandato como secretário.
Seu discurso de continuidade, no clima de mudança que se presenciava no eleitorado, parece ter hipotecado sua força à narrativa de renovação que a jovem candidata estava cultivando.
Esses pontos contrastam com a campanha de Maria Yvelônia, que ganha força ao prometer uma gestão mais eficiente e focada em resultados imediatos para resolver problemas de longa data enfrentados pela cidade.
Para além ,o apoio de Michelle Bolsonaro, inclusive, tem sido muito estratégico, levando o eleitorado feminino e ligado a grupos religiosos a entender a candidatura de Yvelônia como uma potencialidade de mudança e identificação com questões dentro de sua cultura.
Yvelônia ainda tem demonstrado um grande carisma, valendo-se de sua presença em debates e eventos públicos, para se aproximar do cidadão, em uma comunicação diretamente focada em demandas locais, além de apresentar soluções rápidas e práticas para as demandas locais, fazendo sua voz ecoar em tons muito fortes dentro da população e consolidado como a grande alternativa viva para aqueles que buscam romper com o atual governo.
A força do bolsonarismo presente no entorno do Distrito Federal também faz cerca decisiva. Valparaíso, um município que historicamente se orienta em torno das pautas e conservadores, vê em Yvelônia a continuidade desse legado, enquanto a candidatura de Marcus Vinícius depende somente do que consegue apoiar em sua base de atuação.
A candidatura de Yvelônia expressa a força encontrada com o movimento bolsonarista, conferindo o pleito um caráter totalmente sintonizado com as correntes políticas do país e sedimentando essa mensagem como de renovação em oposição à continuidade.
A crescente adesão da população à candidatura de Maria Yvelônia impulsionada pelo apoio estratégico de personalidades políticas como Jair e Michelle Bolsonaro, deslocam a sua campanha para primeiro plano, superando as dificuldades impostas pelo aparelhamento da administração pública e a influência local de Marcus Vinícius. Yvelônia representa, portanto, uma ruptura com a lógica do sistema político vigente e atende ao nítido desejo de mudança na gestão pública de Valparaíso.
Ao se associar a temas conservadores e apresentar propostas propositivas para problemas estruturais da cidade, ela consolidou sua imagem como principal alternativa à mudança, transformando, assim, a disputa em um confronto entre renovação versus continuidade .