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Ricardo Cappelli e o Samba da Campanha Antecipada

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A atmosfera política é um campo fértil para enredos engenhosos que, se não ultrapassam explicitamente os limites da lei, ao menos desafiam seu espírito. O mais recente repertório envolve Ricardo Cappelli, que decidiu “comemorar” seu aniversário em um evento pomposo no Clube do Choro, em Brasília. Com a presença de 1.500 convidados, artistas renomados, a festa 0800 ,intitulada de Sambão do Cappelli mais pareceu um ato político camuflado. O refrão que  ecoou no salão : quanto custou essa celebração e, mais importante, quem pagou a conta?

Cappelli, ex-interventor federal na segurança pública do Distrito Federal e atual presidente da ABDI nunca escondeu seu desejo de adentrar o salão da disputa eleitoral de 2026.

Apadrinhado pelo governo Lula, ele tem se movimentado para pavimentar sua candidatura, e a celebração de “aniversário” soa como mais uma peça desse xadrez político. O problema é que a legislação eleitoral brasileira proíbe a campanha antecipada e, mais grave ainda, qualquer ato que configure abuso de poder econômico.

Campanha disfarçada?

Para  a Justiça Eleitoral, caracteriza-se como propaganda antecipada qualquer ato que busque influenciar o eleitorado fora do período oficial permitido.

Ora, o que mais seria um evento gratuito para 1.500 convidados, com estrutura profissional e massiva divulgação nas redes sociais? O próprio Instagram de Cappelli não deixa dúvidas sobre a intenção do evento.

O abuso de poder econômico, por sua vez, ocorre quando recursos financeiros são utilizados de forma desproporcional para beneficiar uma candidatura. A pergunta que precisa ser respondida é: de onde veio o dinheiro para bancar essa festa?

Se os custos Se saíram do bolso do próprio Cappelli, surge a suspeita de abuso econômico. Qual que seja a resposta, a situação é no mínimo nebulosa. E mais: se já na pré-campanha o secretário já utiliza de tais expedientes, o que se pode esperar em uma eventual disputa eleitoral?

Quem é Ricardo Cappelli?

Oriundo do PCdoB, Ricardo Cappelli tem um histórico de serviço público alinhado ao campo da esquerda. Foi presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e ocupou cargos estratégicos em governos do PSB e do PT.

Sua atuação como interventor na segurança do DF após os atos de 8 de janeiro de 2023 o projetou nacionalmente como um “quadro técnico” confiável ao governo Lula. Contudo, sua postura discreta no passado parece estar mudando com sua aspiração eleitoral, evidenciada por eventos como o Sambão do Cappelli.

O Distrito Federal é um terreno politicamente disputado, e figuras ligadas ao governo federal tentam a todo custo ganhar espaço  na politica brasiliense.

Cappelli claramente busca se posicionando para essa disputa de 2026, ainda que burlando os limites da lei. A pergunta é: a Justiça Eleitoral fará algo a respeito ou permitirá que eventos como esse se tornem regra antes mesmo do período eleitoral?

Seja como for, os eleitores do DF já devem estar atentos. Quando um político começa sua caminhada eleitoral com manobras duvidosas, o que se pode esperar dele no poder?

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