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Vale do Peruaçu é declarado Patrimônio Natural da Humanidade  pela Unesco

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O Vale do Peruaçu, situado no norte de Minas Gerais, acaba de ser incluído na seleta lista de Patrimônios Naturais Mundiais da Humanidade da Unesco. O anúncio foi feito neste domingo (13), durante reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, e celebra uma das regiões mais emblemáticas do Brasil, onde a natureza exuberante e a história ancestral se entrelaçam em formações geológicas monumentais e em centenas de sítios de arte rupestre com registros que remontam a até 12 mil anos.

A consagração internacional se soma a um esforço de décadas por parte de ambientalistas, pesquisadores, comunidades tradicionais e gestores públicos. Para marcar a conquista, o governo mineiro promoveu uma cerimônia na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, reforçando o simbolismo da conquista para o estado.

“O título da Unesco é um reconhecimento ao valor universal do Peruaçu e ao trabalho conjunto do povo mineiro. Hoje, o mundo reconhece a grandiosidade de um território que sempre foi sagrado para nós”, afirmou o governador Romeu Zema (Novo), presente ao evento.

Com a nova chancela, Minas passa a concentrar seis bens mundiais reconhecidos pela Unesco: as cidades históricas de Ouro Preto, Congonhas e Diamantina, o Conjunto Moderno da Pampulha, o saber-fazer do Queijo Minas Artesanal e agora o Vale do Peruaçu. O estado também soma outras distinções globais, como o título de Belo Horizonte como Cidade Criativa da Gastronomia, o Geoparque de Uberaba, a Reserva da Biosfera da Cordilheira do Espinhaço e os sistemas tradicionais de cultivo de Sempre-Vivas no Vale do Jequitinhonha, classificados como Patrimônio Agrícola Global.

Riqueza natural e histórica

Inserido no bioma Cerrado e com influência da Caatinga, o Vale do Peruaçu é uma área de 56 mil hectares que abriga cavernas monumentais, cânions esculpidos por milhões de anos e uma das maiores concentrações de pinturas rupestres do país. Estão catalogadas mais de mil representações em paredões de calcário, muitas delas ainda em estudo por arqueólogos e antropólogos.

Administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Parque Nacional do Vale do Peruaçu integra estratégias de conservação ambiental com projetos de desenvolvimento sustentável de base comunitária, envolvendo populações tradicionais e agricultores familiares.

Aposta no turismo sustentável

A expectativa do governo de Minas é que o novo título impulsione o turismo ecológico e cultural na região. Um plano integrado já está em curso para estruturar a recepção de visitantes e capacitar moradores como condutores e guias. A proposta inclui ações como o projeto “Caminhos do Norte de Minas”, o programa “Afromineiridades” e a inclusão do Vale na rota da Estrada Cênica da Cordilheira do Espinhaço.

A previsão é de que a visitação aumente nos próximos anos, com o título da Unesco funcionando como um selo de qualidade internacional. O desafio, segundo especialistas, será equilibrar a proteção ambiental com o crescimento da demanda turística, um esforço que exigirá planejamento, infraestrutura adequada e envolvimento das comunidades.

Minas Gerais se firma, assim, como uma potência em patrimônio mundial, reforçando sua vocação histórica de aliar memória, cultura e natureza como ativos de futuro.

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