A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar o registro da vacina IXCHIQ, uma nova aliada no combate à Chikungunya, doença que afeta milhares de brasileiros todos os anos.
A aprovação representa um avanço significativo na prevenção de arboviroses no país, especialmente em um momento em que surtos da doença têm preocupado autoridades de saúde pública em diversas regiões.
Produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica austríaca Valneva, a vacina é recombinante atenuada e será aplicada em dose única, facilitando a logística de imunização. Por enquanto, a fabricação será feita na Alemanha, pela empresa IDT Biologika GmbH, mas já há planos para que o Butantan assuma essa produção futuramente no Brasil.
Quem poderá tomar a vacina?
A IXCHIQ é indicada para adultos a partir de 18 anos que estejam em situação de maior risco de exposição ao vírus Chikungunya, como moradores de áreas endêmicas ou profissionais que atuam em regiões afetadas. No entanto, a vacina é contraindicada para gestantes e pessoas com imunodeficiência ou imunossupressão.
Nos testes clínicos realizados com adultos nos Estados Unidos e adolescentes no Brasil, a vacina demonstrou uma resposta imune robusta, com altos níveis de anticorpos neutralizantes contra o vírus. A segurança do imunizante também foi considerada satisfatória dentro do perfil esperado para vacinas com essa tecnologia.
Para garantir a continuidade da avaliação de riscos e benefícios, Anvisa e Butantan firmaram um Termo de Compromisso que prevê estudos de efetividade e segurança pós-comercialização, além de um plano de farmacovigilância ativa, que vai acompanhar os efeitos da vacina ao longo do tempo.
O desafio da Chikungunya no Brasil
Transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da dengue e zika, a Chikungunya provoca sintomas como febre alta, dores intensas nas articulações e pode evoluir para quadros crônicos que comprometem a qualidade de vida do paciente.
Desde sua chegada ao Brasil, em 2014, a doença já se espalhou por todos os estados, tornando-se uma preocupação constante para o Sistema Único de Saúde (SUS).