O Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) tem utilizado tecnologia de ponta para reforçar suas ações operacionais. A corporação conta atualmente com 11 drones oficialmente chamados de aeronaves remotamente pilotadas usados em missões de combate a incêndios florestais, buscas e salvamentos, monitoramento de áreas de risco e apoio à Defesa Civil.
Os equipamentos são gerenciados pelo 3º Esquadrão de Aviação Operacional (3º ESAV), criado por decreto em 2024, e têm se mostrado estratégicos ao proporcionar mais precisão e segurança às operações. Segundo a corporação, os drones aumentam a eficácia das equipes em campo e reduzem riscos aos militares.
O uso da tecnologia teve início há cerca de dez anos, com a aquisição do primeiro modelo Mavic 2, apelidado de Zangão 01. Desde então, o CBMDF ampliou sua frota com a compra de novos equipamentos, tanto com recursos próprios quanto por meio de doações. Hoje, são cinco drones do modelo Mavic 2 conhecido pelo alcance do zoom e seis do modelo Mavic 3T, que possui câmera termográfica e é indicado para operações em áreas extensas e de difícil acesso.
“Com o Mavic 3T conseguimos identificar obstáculos, localizar vítimas em áreas de mata e definir prioridades no combate às chamas. Já o Mavic 2, mesmo sendo mais antigo, ainda é útil para investigações a longas distâncias”, afirma o tenente Rony Junio Rodrigues da Costa, responsável pela coordenação do uso dos equipamentos.
Novas aquisições estão previstas. Segundo o CBMDF, há processos em andamento para a compra de mais drones com verba própria e para o recebimento de doações da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF). Recentemente, a corporação foi contemplada com equipamentos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e acessórios fornecidos pela Receita Federal, como câmeras e cartões de memória.
Os drones estão integrados a diversos grupamentos especializados, como o de Busca e Salvamento (GBS), Proteção Ambiental (GPRAM), Proteção Civil (GPCIV) e Prevenção e Combate a Incêndio Urbano (GPCIU). Durante a Operação Verde Vivo realizada anualmente entre abril e novembro para prevenção e combate a queimadas , ao menos três drones são utilizados por missão.
“O uso dos drones permite uma visualização ampla da região afetada, identificando a direção do fogo e facilitando a tomada de decisão”, explica o tenente. Segundo ele, além de agilizar a resposta emergencial, os equipamentos ajudam a preservar a integridade dos militares, ao evitar a exposição direta às áreas mais críticas.
Durante a edição de 2024 da Operação Verde Vivo, foram registradas 9.005 ocorrências de incêndios florestais, que afetaram 22.250 hectares. Os meses de setembro, agosto e julho concentraram quase 73% dos casos. Já entre abril e agosto de 2025, foram contabilizados 4.848 registros, com impacto sobre 8.797 hectares. Os dados de setembro ainda estão sendo consolidados.
Para operar os dispositivos, os bombeiros passam por capacitação específica. O curso de formação tem três semanas de duração sendo duas online e uma presencial e inclui conteúdos sobre navegação, segurança operacional, legislação e normas técnicas. A corporação oferece três turmas por ano e também realiza oficinas voltadas a servidores de outros órgãos.
Desde a introdução da tecnologia, cerca de 300 militares já foram treinados.