Os hospitais regionais do Gama e de Santa Maria, duas das principais maternidades públicas do Distrito Federal, têm acolhido mais gestantes goianas do que brasilienses.
De janeiro a agosto de 2025, 63,5% dos partos realizados nessas unidades foram de mulheres vindas de cidades do Entorno, um retrato da força e da abrangência da rede pública de saúde do DF.
Quando Thayane Pereira Silva, moradora da Cidade Ocidental (GO), descobriu que o pequeno Artur nasceria prematuro, com apenas 34 semanas, decidiu procurar o Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) depois de ouvir boas recomendações. O parto, feito por cesariana, foi acompanhado de perto por uma equipe multiprofissional.
“No início, recebi muito apoio da fisioterapia para tentar o parto normal e fui acompanhada de perto durante todo o processo. A cada troca de plantão, os profissionais me trataram com carinho e atenção. Foi uma experiência surpreendente”, conta Thayane.
Casos como o dela se repetem todos os dias. O HRSM, administrado pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF (IgesDF), é referência em gestações de alto risco e dispõe de uma estrutura moderna: são 12 leitos PPP (pré-parto, parto e pós-parto), leitos exclusivos para estabilização materna e recuperação pós-anestésica, três salas cirúrgicas e até um espaço terapêutico dedicado ao bem-estar das famílias.
Segundo o presidente do IgesDF, Cleber Monteiro, o hospital é um exemplo de como uma boa gestão pode mudar realidades. “Conseguimos acolher gestantes de alto risco com qualidade, segurança e humanidade. Cada parto realizado aqui representa não só o nascimento de uma criança, mas também a confiança de famílias inteiras no trabalho do IgesDF e do Governo do Distrito Federal”, afirma.
Os números reforçam o impacto dessa rede. De acordo com o Painel Infosaúde, da Secretaria de Saúde do DF, as maternidades públicas do Distrito Federal somaram mais de 21,6 mil partos nos oito primeiros meses do ano. Só o HRG e o HRSM juntos responderam por 5.098 nascimentos, sendo 3.240 de mães do Entorno goiano.
No Hospital Regional do Gama, foram 2.555 partos até agosto: 1.842 de mulheres vindas de cidades vizinhas (72,1%) e 713 de moradoras do DF. Já o Hospital Regional de Santa Maria registrou 2.543 partos, sendo 1.398 de mães do Entorno (55%) e 1.144 de brasilienses. Entre os municípios que mais buscam atendimento estão Valparaíso de Goiás (1.024 partos), Luziânia (886), Novo Gama (793) e Cidade Ocidental (446).
Para o secretário de Saúde do DF, Juracy Cavalcante, o cenário revela o papel essencial que Brasília exerce na região Centro-Oeste. “É um desafio grande, mas reforça o DF como referência em atendimento especializado e humanizado. Estamos investindo em estrutura, tecnologia e profissionais para garantir que cada mãe e cada bebê recebam a assistência necessária”, destacou.
Mais do que números, os partos realizados nas maternidades do Gama e de Santa Maria mostram a dimensão social e humana da saúde pública brasiliense que, mesmo diante da alta demanda regional, segue sendo sinônimo de acolhimento, confiança e esperança para milhares de famílias.
*Com informações do IGESDF
