Mais do que um ponto de embarque e desembarque, a Rodoviária do Gama voltou a se integrar à vida cotidiana de milhares de pessoas que dependem do transporte coletivo no Distrito Federal. Seis meses após a entrega da reconstrução, o espaço, antes degradado e inseguro, hoje recebe cerca de 50 mil usuários por dia — entre moradores da cidade e passageiros do Entorno — com mais conforto, acessibilidade e segurança.
Com investimento de R$ 9,1 milhões do Governo do Distrito Federal (GDF), a obra foi executada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), em parceria com a Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob-DF) e a Administração Regional do Gama. Inaugurada em 26 de fevereiro deste ano, a nova estrutura atende 34 linhas de ônibus e ocupa uma área de 5,7 mil m² ao lado da Feira do Galpão Central.
A reforma foi pensada para além da estética: buscou requalificar o espaço urbano de forma funcional. A cobertura foi substituída por uma estrutura metálica ventilada, com entrada de luz natural e sistema de captação de água da chuva, que é direcionada para a rede de drenagem pluvial. A iluminação, antes escassa, agora é feita inteiramente por LED, o que também contribui para a segurança do local.
“Hoje temos um espaço totalmente renovado, com acessibilidade, iluminação adequada e condições salubres, o que representa mais conforto e segurança tanto para os permissionários quanto para a população. Isso faz toda diferença para o cidadão que, em maioria, sai daqui para trabalhar no Plano Piloto e retorna no fim do dia”, afirma a administradora regional do Gama, Joseane Feitosa.

Rampas, escadas, guarda-corpos e sinalização podotátil foram instalados para garantir acessibilidade em todas as plataformas. Os banheiros também foram adaptados para atender às normas exigidas para pessoas com deficiência (PCDs). O espaço, que há anos era alvo de reclamações por más condições estruturais, hoje cumpre os requisitos básicos de acessibilidade e segurança.
Segundo Joseane, o projeto levou em consideração a rotina de quem trabalha na rodoviária. “Criamos abrigos e lojas provisórias e dividimos a execução em duas etapas justamente para não prejudicar a atividade dos permissionários durante a obra”, destaca.
As lojas dos comerciantes foram reformadas dentro de um novo padrão arquitetônico, com espaços mais organizados e adequados ao fluxo de passageiros.
Um sistema de monitoramento por câmeras foi instalado, o cabeamento elétrico passou a ser subterrâneo e a rede de energia agora opera com ligações digitalizadas e individualizadas — o que garante mais estabilidade e segurança operacional.
Na segunda fase da obra, concluída após o carnaval, foram reformadas as baias de embarque e desembarque e construídas novas salas administrativas. Também foram implantadas novas redes de água e esgoto, além de um sistema de drenagem para evitar alagamentos em períodos chuvosos.
A reforma era uma demanda antiga da população. Para quem depende do transporte coletivo, as mudanças têm efeito direto no dia a dia. Além da rodoviária central, o Gama conta com uma unidade no Setor Sul e uma estação de integração do BRT, na DF-480. Mas é a rodoviária recém-reformada que voltou a ser referência de mobilidade na cidade.
O novo espaço, mais iluminado, ventilado e funcional, representa também um alívio para os comerciantes locais, que voltam a registrar movimento constante.
Para os usuários da rodoviária, a requalificação do espaço é mais do que uma mudança física é um sinal de que o serviço público pode, sim, fazer diferença no cotidiano.