Em um movimento que reforça a política externa ativa de Minas Gerais, o governador Romeu Zema (Novo) desembarca na próxima segunda-feira (16) na Ásia para uma nova rodada de compromissos comerciais e diplomáticos.
A missão oficial terá como destinos a China e o Japão, dois dos principais parceiros econômicos do estado, e mira na atração de novos investimentos, ampliação de parcerias e aproximação tecnológica em setores estratégicos como transporte, infraestrutura e gestão de riscos climáticos.
Com um roteiro que inclui encontros com autoridades governamentais, multinacionais e agências de desenvolvimento, a viagem também prevê visita técnica à fábrica responsável pela produção dos novos trens do metrô da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), que passa por um processo de modernização.
Essa será a terceira visita de Zema à Ásia em dois anos. A expectativa, segundo o governo, é repetir os resultados positivos das últimas agendas internacionais — que teriam resultado, segundo dados oficiais, em mais de R$ 1 bilhão em investimentos e cerca de 2 mil novos empregos.
A agenda da comitiva mineira começa pela China, nas cidades de Pequim e Changchun, onde estão programadas reuniões com o Ministério do Comércio e visitas ao “Vale do Silício chinês”. Na pauta, além da prospecção de empresas, há conversas bilaterais voltadas ao setor ferroviário e à logística de exportações — áreas nas quais o país asiático tem protagonismo global.
No Japão, o foco se desloca para a cooperação técnica e a prevenção de desastres. Em Tóquio, a delegação se reúne com representantes da JICA (Agência de Cooperação Internacional do Japão), principal instituição do governo japonês para projetos de desenvolvimento, e articula um intercâmbio permanente com Minas em áreas como defesa civil e resiliência climática.
Já em Osaka, o governador participa da Expo Osaka e do Japan Business Forum, promovido pela Fiemg (Federação das Indústrias de Minas Gerais), que busca abrir mercado para empresas mineiras junto a investidores japoneses.
Parceria consolidada
A China ocupa hoje a posição de principal destino das exportações mineiras. Em 2024, o estado vendeu cerca de US$ 15,5 bilhões ao país asiático, principalmente em minério de ferro, produtos agrícolas e proteínas. Em contrapartida, importou aproximadamente US$ 4,3 bilhões, concentrados em equipamentos eletrônicos e produtos da indústria química.
O Japão, por sua vez, é o sexto maior destino das exportações de Minas. Só no ano passado, as vendas somaram US$ 1,1 bilhão — o que representa quase 20% de tudo o que o Brasil exportou ao país asiático.
Expansão econômica como prioridade
Zema tem investido em missões internacionais como uma das principais estratégias para alavancar a economia de Minas e posicionar o estado como ambiente seguro e competitivo para negócios. Segundo interlocutores do governo, a estabilidade fiscal do estado — que encerrou 2024 com superávit primário — e o esforço para desburocratizar o ambiente de negócios têm sido os principais atrativos para investidores estrangeiros.
Além do governador, a comitiva conta com os secretários de Comunicação (Bernardo Santos), Desenvolvimento Econômico (Mila Corrêa da Costa), Meio Ambiente (Marília Melo), Defesa Civil (Coronel PM Bermudes) e o presidente da Invest Minas, João Paulo Braga.
