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Governo Lula entre a desaprovação e a desconfiança generalizada

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Pesquisa recente do Instituto Quest aponta desgaste significativo na popularidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após  dois anos e meio do início do terceiro mandato, os números sinalizam um cenário preocupante para o Palácio do Planalto: a desaprovação ao governo supera a aprovação em vários segmentos da população, e o sentimento de frustração com os rumos do país cresce entre os brasileiros.

De acordo com os dados da sondagem, Lula amarga uma queda de confiança expressiva entre eleitores que, inclusive, votaram nele no segundo turno de 2022. A pesquisa revela que, embora ainda mantenha uma base fiel no Nordeste e entre beneficiários do Bolsa Família, o presidente enfrenta forte rejeição entre homens, eleitores do Sul e Sudeste, pessoas de classe média e alta, trabalhadores formais e religiosos evangélicos — grupos que formam uma fatia ampla e decisiva do eleitorado nacional.

Recorte faixas etária e por escolaridade

Um dado particularmente alarmante para o governo é que a avaliação negativa ultrapassa a positiva em praticamente todas as faixas etárias, com destaque entre os jovens adultos (25 a 44 anos) . Também chama atenção o recorte por escolaridade: quanto maior o nível de instrução do entrevistado, maior é a desaprovação do governo, sinalizando que o discurso oficial não tem convencido camadas mais críticas e informadas da sociedade.

Quando questionados sobre a atual gestão em comparação com os dois primeiros mandatos de Lula (2003–2010), uma parcela relevante do público afirma que o atual governo é pior, enquanto muitos o classificam como “igual”, demonstrando que o terceiro mandato não conseguiu, até aqui, recriar o capital político e a aura de esperança que marcaram os anos anteriores.

Outro dado que acende o alerta  é a comparação direta com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Um número expressivo de entrevistados afirma que o governo Lula está pior do que o anterior, algo impensável nos primeiros meses de 2023.

Além disso, a maioria dos entrevistados declara que o governo está abaixo do que esperava, reforçando o sentimento de decepção. O “efeito expectativa” que beneficiou Lula na eleição parece ter se convertido em um “efeito frustração”, com a realidade não acompanhando as promessas de campanha.

Escândalo do INSS  

Como se não bastasse o cenário econômico frágil — com aumento do custo de vida, dificuldade de conseguir emprego e queda no poder de compra —, o escândalo do INSS teve um impacto devastador na imagem do governo. A pesquisa mostra que a maioria da população tem conhecimento do caso e responsabiliza diretamente o governo federal pelo desvio de recursos, mesmo com o Executivo tentando atribuir a culpa a gestões anteriores ou falhas estruturais.

O desgaste é tal que a maioria dos entrevistados apoia a abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar o caso, indo contra o discurso governista de que a Polícia Federal deveria conduzir sozinha as apurações.

A percepção negativa sobre o governo não se limita às ações de Lula em si. Mais da metade dos brasileiros acredita que o país está indo na direção errada, revelando uma crise de confiança que ultrapassa o campo político e atinge diretamente o cotidiano da população. As queixas mais citadas envolvem a alta dos alimentos, combustíveis e contas básicas, que seguem como fardos pesados para a população mais pobre — exatamente a base eleitoral que deu sustentação à vitória de Lula.

Mesmo entre aqueles que se informam majoritariamente por redes sociais e veículos independentes, a tendência é de crescimento da insatisfação. As notícias negativas sobre o governo superam as positivas, e o Planalto tem dificuldade em emplacar uma agenda positiva .

A pesquisa Quest traz um recado claro: o governo Lula passa por  momento crítico, marcado pela queda de popularidade, desconfiança generalizada, piora nas expectativas econômicas e descontentamento em múltiplos segmentos sociais. O cotidiano pesa , a economia não dá sinais claros de recuperação, e os escândalos corroem o capital simbólico que Lula acumulou ao longo de décadas.

Mais do que um momento difícil, este pode ser o início de um ponto de inflexão!

 

 

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