Com mais de 1,6 milhão de ocorrências registradas desde sua criação, a Delegacia Eletrônica da Polícia Civil do Distrito Federal (DPEL) chega aos oito anos consolidada como um dos pilares da modernização da segurança pública na capital. A data, celebrada em abril de 2025, não marca apenas um aniversário institucional — é a consolidação de uma nova forma de cuidar das pessoas.
No dia 22 de abril, a plataforma alcançou um recorde: 1.028 registros em apenas 24 horas. Por trás do número, está uma estrutura que alia tecnologia, sensibilidade e resposta rápida. A DPEL não substitui o olho no olho dos atendimentos físicos, mas oferece à população o que, muitas vezes, é mais urgente do que o protocolo: agilidade, discrição e acolhimento.
Transformada em unidade autônoma em 2017, a Delegacia Eletrônica hoje responde por cerca de 60% de todos os registros da PCDF. A praticidade não é apenas conveniência: significa que milhares de cidadãos não precisam mais se deslocar até uma delegacia para formalizar um crime ou buscar proteção. Em especial, a plataforma tem sido fundamental para atender pessoas em situação de vulnerabilidade — mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência.
O caso mais emblemático dessa virada digital é o Projeto Maria da Penha Online, desenvolvido internamente por servidores da própria DPEL. Desde 2021, ele permite que mulheres em situação de violência solicitem medidas protetivas de forma 100% digital, com descrição dos fatos feita por elas mesmas, no tempo e no local em que se sentirem seguras. O tempo médio entre o pedido e a resposta judicial é de cerca de duas horas — uma diferença que, na prática, pode salvar vidas.
Hoje, a Delegacia Eletrônica é a terceira unidade da PCDF com mais registros de violência contra a mulher, e o índice de deferimento das medidas protetivas solicitadas eletronicamente é de 89%. A plataforma foi reconhecida nacionalmente por sua eficácia, privacidade e respeito à autonomia da vítima.
Além de ocorrências relacionadas à violência doméstica, a DPEL também lida com crimes graves, como homicídios, desaparecimento de pessoas e situações que envolvem flagrantes e socorro imediato. E não se trata de uma formalidade burocrática: todos os registros têm o mesmo peso legal dos realizados presencialmente e são encaminhados diretamente às delegacias competentes.
A cada ano, o sistema passa por atualizações e incorpora soluções inteligentes. O foco mais recente tem sido a automatização de registros de fraudes e de ocorrências atípicas, porém relevantes para o Judiciário, que agora podem ser formalizadas exclusivamente de forma virtual.
A DPEL não substitui o trabalho de campo dos policiais civis, mas complementa e reforça a missão da segurança pública: garantir dignidade, resposta e proteção às vítimas. Ao facilitar o acesso à Justiça e reduzir barreiras, a Delegacia Eletrônica transforma a tecnologia em ponte — não em obstáculo.
Com 100 mil ocorrências homologadas apenas em 2025, a unidade prova que modernizar não é apenas digitalizar. É ouvir, acolher e agir. O crime pode mudar de forma, mas a resposta do Estado precisa ser sempre humana, eficiente e acessível. É isso que a DPEL vem fazendo há oito anos — e com cada vez mais precisão.