spot_imgspot_img
InícioMinas GeraisALMGEscolas de Minas podem trocar sirenes por música para acolher alunos com...

Escolas de Minas podem trocar sirenes por música para acolher alunos com hipersensibilidade sensorial

Proposta aprovada na Assembleia Legislativa busca tornar ambiente escolar mais inclusivo para pessoas com autismo e outras deficiências sensoriais

Publicado em

- Publicidade -

As tradicionais sirenes que marcam o início e o fim das aulas em escolas de Minas Gerais estão com os dias contados. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, em 2º turno, o Projeto de Lei (PL) 3.643/22, que propõe a substituição gradual desses alarmes por sinais musicais nas redes pública e privada de ensino do Estado. A mudança tem como principal objetivo atender estudantes com transtorno do espectro autista (TEA) e outras deficiências que envolvam hipersensibilidade auditiva.

O projeto, de autoria do deputado Ulysses Gomes (PT), passou com alterações propostas pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência e agora aguarda a sanção do governador para se tornar lei. Segundo o parlamentar, a medida busca reduzir o sofrimento de alunos que, ao serem expostos a sons estridentes como sirenes e alarmes, podem sentir dor física ou sofrer alterações comportamentais severas.

“A hipersensibilidade auditiva é uma realidade que precisa ser considerada nos ambientes educacionais. O som de uma sirene, comum para a maioria, pode ser desesperador para uma criança com TEA”, justificou o autor.

Durante a tramitação, o texto original foi modificado para ampliar o alcance da medida. Agora, além dos alunos com autismo, ela também contempla estudantes com outras deficiências sensoriais — embora o texto aprovado não detalhe quais seriam essas condições.

Outra mudança significativa foi o prazo para a implementação. As escolas terão até o início do ano letivo seguinte à publicação da lei para substituir as sirenes por sinais musicais. A proposta inicial também previa que cada aluno com TEA teria direito a um professor de apoio a partir de agosto de 2023, mas essa parte foi retirada por já estar regulamentada por resolução da Secretaria de Estado de Educação.

A medida é vista como um avanço no debate sobre inclusão nas escolas, ao propor adaptações que vão além da estrutura física e alcançam o ambiente sonoro — uma das principais barreiras para alunos neurodivergentes. Especialistas defendem que iniciativas como essa contribuem para uma escola mais empática, onde o bem-estar de todos é prioridade.

Se sancionada, a nova lei pode transformar a rotina escolar em Minas, tornando-a mais humanizada e sensível às necessidades de estudantes que, por muito tempo, ficaram à margem das políticas públicas de inclusão.

 

- Publicidade -

Últimas notícias

LEIA TAMBÉM