O Distrito Federal acaba de ganhar um retrato inédito da sua população. Com a divulgação da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios Ampliada (Pdad-A), realizada pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), o GDF coloca à disposição da gestão pública e da sociedade uma base robusta de dados sobre a realidade social, econômica e demográfica de todas as regiões administrativas, zonas rurais e até da Periferia Metropolitana de Brasília, formada por 12 municípios goianos.
Trata-se da maior pesquisa já feita sobre o perfil da população do DF e do entorno, com dados coletados em 25 mil domicílios ao longo de 2024.
O levantamento revela que o Distrito Federal possui hoje 2.982.658 habitantes — sendo 2.861.133 vivendo em áreas urbanas e 121.525 em áreas rurais. Quando se amplia o raio de análise para a chamada Área Metropolitana de Brasília, que abrange cidades do entorno goiano, o número salta para 4.255.593 moradores distribuídos em 1.444.256 residências.
Ceilândia continua sendo a maior RA do DF, com mais de 287 mil habitantes. Já Águas Claras lidera quando o assunto é regularização fundiária: 98,8% dos imóveis têm escritura definitiva. O Park Way, por sua vez, mostra uma forte relação com os pets: 73,9% das residências abrigam animais de estimação.
A média de idade da população do DF é de 34,9 anos, e as mulheres são maioria, representando 52,3% dos moradores. Um dado relevante é o crescimento da autodeclaração da população negra, que hoje representa 58,3% do total — dado que reflete transformações sociais e pode influenciar políticas públicas voltadas à equidade racial.
Como vivem os brasilienses
A Pdad-A também revelou padrões distintos de convivência familiar em cada região administrativa. No Jardim Botânico, por exemplo, o modelo tradicional de família ainda predomina: 48,8% dos lares são compostos por casais com filhos. No Sudoeste e na Octogonal, os arranjos interpessoais (adultos que vivem juntos sem filhos) representam 42,7% dos domicílios. Já no Paranoá, 27,6% das casas são chefiadas por mulheres que vivem com seus filhos — um dado que acende o alerta para políticas sociais voltadas à proteção e ao empoderamento de famílias monoparentais.
A pesquisa também trouxe dados complementares sobre características dos domicílios, incluindo a presença de animais de estimação e a situação fundiária dos imóveis, fornecendo um diagnóstico aprofundado que será essencial para a formulação de políticas públicas mais eficazes.
Dados para planejar melhor
A governadora em exercício Celina Leão destacou o valor estratégico da pesquisa: “A Pdad-A nos permite entender como a população percebe as ações do governo e onde precisamos atuar com mais intensidade. É um instrumento de inteligência governamental”, afirmou.
Essa é a primeira vez que o levantamento inclui também as cidades do entorno, reconhecendo na prática a integração entre o DF e os municípios vizinhos — uma dinâmica social e econômica que há muito tempo ultrapassa as divisas geográficas.
A Pdad-A é mais que um conjunto de números: é um banco de dados vivo, que traz à tona questões estruturais e cotidianas do DF e da sua população. Os dados atualizados poderão ser utilizados para embasar decisões em áreas como saúde, mobilidade, habitação, segurança, educação e inclusão social.
Ao investir em estatísticas de qualidade, o GDF mostra que uma gestão pública eficiente começa pelo conhecimento detalhado da realidade local. E, com esse retrato ampliado do DF, o próximo passo é transformar dados em ação.